O segundo dia da greve nacional no Sistema Petrobrás foi marcado pela ampliação do movimento em todo o país. Nesta terça-feira, 16 de dezembro, os trabalhadores e as trabalhadoras da Refap aderiram oficialmente à paralisação, com o corte da rendição de turno realizado às 7h da manhã. A entrada da Refap na greve reforça a mobilização nacional da categoria, que segue por tempo indeterminado.
Além da base gaúcha, novas unidades passaram a integrar o movimento nesta terça-feira. No Ceará, aderiram à greve os trabalhadores da Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor), da Termoceará e do Terminal de Macuripe. Com essas adesões, a paralisação nas bases operacionais da Federação Única dos Petroleiros (FUP) já atinge oito refinarias, 24 plataformas, dez unidades da Transpetro, quatro termelétricas, duas usinas de biodiesel, além dos campos terrestres da Bahia, da Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB) e da Estação de Compressão de Paulínia (TBG). O movimento segue forte em todo o Brasil, até que a direção da Petrobrás apresente uma nova contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho que atenda aos três eixos centrais da pauta da categoria: a distribuição justa da riqueza gerada, o fim dos equacionamentos da Petros e o reconhecimento da Pauta pelo Brasil Soberano, com a suspensão das privatizações, dos desimplantes e das demissões no E&P.
Na manhã desta terça-feira, a adesão da Refap foi marcada por um ato de mobilização em frente à refinaria, que contou com a presença de importantes apoiadores do movimento sindical e popular. Participaram do ato o vereador de Porto Alegre Jonas Reis (PT), Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, representante do deputado estadual Miguel Rossetto, representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Gimenis, vice-presidente da CUT-RS, e Gerson, do Sindipolo. As manifestações reforçaram a solidariedade à luta dos petroleiros e a defesa dos direitos da classe trabalhadora.
Durante o ato, a presidenta do Sindipetro-RS, Miriam Cabreira, destacou e denunciou o grave episódio ocorrido no dia anterior, em Duque de Caxias (RJ), quando dois trabalhadores foram presos de forma ilegal durante atividades legítimas de greve. Miriam reafirmou que a repressão e a criminalização do movimento sindical não intimidam a categoria e alertou para o risco de práticas autoritárias que atentam contra direitos constitucionais.
A greve segue firme e, no Rio Grande do Sul, a mobilização será ainda mais fortalecida a partir desta quarta-feira, 17 de dezembro, quando as unidades da Transpetro também passam a integrar o movimento. A orientação à categoria é clara: descer do ônibus, dirigir-se ao piquete, integrar a luta e fortalecer o movimento. A greve é legítima, construída coletivamente, e é o instrumento que temos para conquistar direitos, avançar no ACT e garantir melhorias reais na vida dos trabalhadores e trabalhadoras da ativa e aposentados. Só com organização, unidade e luta coletiva é que avançamos e conquistamos.