Jornal de sindicato dos bancários sofre ação de censura de coligação de Serra

“O sindicato tem quase 90 anos e sempre defendeu a liberdade de expressão. Desde o ano passado estamos fazendo o debate, com os bancários, do que afeta a vida dos trabalhadores. Além da campanha salarial e por melhores condições de trabalho, somos um sindicato cidadão, que se preocupa com a cidade, o estado e o país. Sabemos da importância desse debate”, afirma a presidenta da entidade, Juvandia Moreira. “Os trabalhadores têm direito a analisar as propostas dos candidatos. Pode haver divergência, mas repudiamos a censura e sempre lutamos pelo fortalecimento da democracia”, ressalta a dirigente, lembrando que a Folha Bancária coloca em prática o bom jornalismo. “Só não pudemos noticiar o plano de governo de um dos candidatos que não tem seu material divulgado nos sites oficiais da campanha.”

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a ação agride o direito de informação dos trabalhadores. “Todos os veículos se expressam e respeitamos. Defendemos a liberdade de imprensa, o direito à livre manifestação e foi isso que colocamos em prática. É o nosso ponto de vista, podem concordar ou discordar, mas não censurar”, ressalta o dirigente. “A democracia pela qual tanto lutamos não prevê que só um segmento da sociedade que é privilegiado pela imprensa comercial convencional tem o direito de se expressar.”

Não é a primeira vez que o PSDB investe contra a liberdade de expressão dos trabalhadores. A Revista do Brasil foi alvo de censura desencadeada por ações do partido em 2006 e em 2010, quando trazia material jornalístico a respeito dos processos eleitorais em questão – a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva e a eleição de Dilma Rousseff. Recentemente, o candidato Serra agrediu verbalmente um repórter da Rede Brasil Atual que tentou entrevistá-lo durante uma atividade de campanha. O tucano, depois de se recusar a responder uma pergunta incômoda, chamou o jornalista de sem-vergonha.