Nov 27, 2024

FUP rejeita proposta da Petrobrás e petroleiros seguem em greve

(Leia na íntegra a proposta)

Como já era previsto, a reunião com a Petrobrás nesta segunda-feira, 21, data do leilão de Libra, tinha como principal objetivo tentar desmobilizar a categoria e enfraquecer a greve nacional. A nova proposta apresentada pela empresa, além de incompleta, não atendeu aos principais pleitos da categoria, tanto na questão econômica, quanto nas reivindicações sociais.

Também não houve avanços em relação ao fundo garantidor para os trabalhadores terceirizados e a extensão para os aposentados e pensionistas do pagamento dos três níveis conquistados pelos trabalhadores da ativa nas campanhas de 2004, 2005 e 2006. A Petrobrás alegou que já existe uma comissão instituída para responder em 45 dias esse e outros pleitos referentes a Petros. A FUP criticou o posicionamento da empresa, ressaltando que a extensão dos três níveis para os aposentados e pensionistas deve ser objeto do Acordo Coletivo e não de uma comissão que só se pronunciará em 45 dias.

A Federação deixou claro que é inadmissível a Petrobrás apresentar uma proposta incompleta com a categoria em greve em todo o país. A empresa propôs uma nova reunião nesta terça-feira, 22, para dar continuidade às negociações.

Proposta é incompleta  

A proposta apresentada nesta segunda-feira, 21, pela Petrobrás e subsidiárias não avança em relação a pleitos importantes da pauta dos petroleiros. O ganho real na RMNR – entre 1,41% e 1,80% - continua aquém do que cobram os trabalhadores. A empresa também não se pronunciou em relação às reivindicações de melhorias no PCAC, como avanço automático de Pleno para Sênior e realinhamento das carreiras de nível médio, garantindo a isonomia para os inspetores de segurança patrimonial, técnicos de inspeção de equipamentos, de contabilidade, de administração e de enfermagem.

A proposta da Petrobrás também não aponta mudanças estruturais na política de SMS, nem avança em outros pleitos fundamentais, como ingresso de pai e mãe na AMS, extensão imediata dos três níveis para os aposentados e pensionistas, fundo garantidor para os trabalhadores terceirizados, garantia da AMS para os aposentados da Transpetro, custeio integral de medicamentos para os aposentados e pensionista, entre outras melhoria do benefício farmácia, pagamento das horas extras a 100% para os trabalhadores da manutenção que estão no regime administrativo, além do restabelecimento do convênio da Petrobrás com o INSS para pagamento dos benefícios da Petros.

Denúncia de ações antissindicais

A FUP condenou duramente as ações antissindicais dos gestores da Petrobrás para tentar impedir o direito constitucional de greve dos trabalhadores. A Federação denunciou várias arbitrariedades cometidas pela empresa, que tem recorrido até mesmo às Forças Armadas para patrulhamento das unidades, além da utilização da polícia, inclusive P2, nos campos terrestres e em outras unidades, interditos proibitórios com multas absurdas, expedidos inclusive por desembargadores e com envio de juízes de plantão às unidades, cárcere privado, corte de comunicações nas plataformas, ingresso de equipes de contingência, entre tantas outras ilegalidades. Os dirigentes da FUP ressaltaram que essas ações configuram crime contra a organização sindical e o direito de greve, fatos que estão sendo amplamente denunciados.

FUP

 

Petroleiros resistem às ações arbitrárias da Petrobrás e seguem forte no segundo dia de greve!

Continua forte a greve dos petroleiros iniciada quinta-feira, 17, em todo o Sistema Petrobrás. Apesar das ações antissindicais da empresa, que insiste em desrespeitar o direito de greve, ingressando com interditos proibitórios e mantendo trabalhadores em cárcere privado nas unidades, os petroleiros estão resistindo e seguem parados por tempo indeterminado. Segundo informações dos sindicatos da FUP, a adesão dos petroleiros é de 90% a 100% nas unidades operacionais, com forte participação dos trabalhadores terceirizados e também do administrativo.

A operação está sendo mantida na maioria das regiões do país por equipes de contingência da Petrobrás, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais sem experiência nas tarefas de rotina das refinarias, plataformas e terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades. Na Bacia de Campos, já foram registrados vazamentos nas plataformas PCE-1 e P-15.

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás exigem a suspensão imediata do leilão do campo de Libra, marcado para o próximo dia 21, e por avanços na campanha reivindicatória. A categoria também exige a retirada de tramitação do Projeto de Lei 4330, que escancara a terceirização para as atividades-fim, acaba com a responsabilidade solidária das empresas contratantes e piora consideravelmente as condições de trabalho, atacando direitos históricos da classe trabalhadora.

NOVAS ADESÕES

A greve conta agora com a adesão também dos petroleiros de Pernambuco, que ingressaram no movimento às 23h de ontem. Estão parados os trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima, do Terminal Aquaviário de Suape e do Gasoduto de Jaboatão. Segundo informações do Sindipetro PE/PB, as unidades da Petrobrás no estado estão paradas e na madrugada desta sexta-feira, os trabalhadores interromperam o carregamento de óleo para as carretas que abastecem as termoelétricas do estado.

Na Bacia de Campos, subiu para 40 o número de plataformas que estão em greve, com adesão de Pargo (PPG-1). Segundo informações do sindicato, mais plataformas podem aderir ao movimento nos próximos instantes.

Nas refinarias e terminais da Transpetro, a troca de turno continua suspensa desde o final da noite de quarta-feira, 16, em todas as bases da FUP. Na Repar, refinaria do Paraná, a greve já causou redução de cerca de 15% da produção. Em São Paulo, além das refinarias e terminais, a malha estadual de distribuição de  gás também está parada, com adesão dos trabalhadores das estações de Suzano e Taubaté. Em Macaé, no Norte Fluminense, cerca de 5 mil trabalhadores que atuam nas obras do Projeto de Ampliação de Processamento de Gás e Condensado (Plangas) do Terminal de Cabiúnas aderiram à greve.

No Rio Grande do Norte, segundo o sindicato, 100% da produção das plataformas foi interrompida e os trabalhadores entregaram as unidades despressurizadas, com poços fechados e em estado de segurança. A greve segue forte no Polo de Guamaré, onde os petroleiros paralisaram nesta sexta-feira a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), interrompendo a produção de óleo diesel e querosene de aviação. A greve continua também nos campos de produção terrestre. O estado conta com 5.160 poços de petróleo, distribuídos em 60 campos de produção em terra e 10 no mar.

No Espírito Santo, os trabalhadores da estação de Fazenda Alegre aderiram à greve e suspenderam no início da tarde de hoje os carregamentos e descarregamentos de petróleo. A produção de GLP da UTGC (Unidade de Tratamento de Gás), em São Mateus, continua paralisada desde ontem.

Na Bahia, o comando de greve conseguiu parar a produção das estações C e D dos campos de produção terrestre em Miranga, fechando todos os poços, o que, segundo o sindicato, representa uma redução de 1.300 barris por dia.

Os petroleiros permanecerão em greve em todo o país para impedir que a maior reserva do pré-sal seja leiloada e fortalecer a luta da classe trabalhadora contra o PL 4330.

Plataformas e campos terrestres parados

Bacia de Campos: 40 plataformas;

Bahia: campos de produção terrestre de Miranga, Balsamo, Araçás, Buracica e  22 poços do Ativo Norte.

Rio Grande do Norte: 22 plataformas marítimas e campos terrestres de Alto do Rodrigues, Campo do Amaro, Riacho da Forquilha, Base 34 e Campo de Estreito.

No Espírito Santo: estação Fazenda Alegre

Refinarias em greve

Estão parados os trabalhadores das refinarias de Duque de Caxias (Reduc/RJ), Manaus (Reman/AM), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos (Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), Abreu e Lima (Pernambuco), Potiguar Clara Camarão (RPCC/RN) além da SIX (usina de Xisto/PR) e da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA).

Transpetro

Na Transpetro, a greve atinge os terminais de Solimões (AM), Suape (PE), Jaboatão (PE), Madre de Deus (BA), Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP), Guarulhos (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas (RS) e Rio Grande (RS).

Gás, Biodiesel e Termoelétricas

No Espírito Santo, todos os trabalhadores da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC) aderiram à greve, inclusive os terceirizados, interrompendo a distribuição de gás.Também aderiram à greve os trabalhadores da malha de gás de São Paulo, das usinas de Biodiesel da Bahia e de Montes Claros, da Termorio (Duque de Caxias) e da Termoeletrica Aureliano Chaves, em Minas Gerais.

FUP

Petroleiros gaúchos param a Refap e os Terminais

Os petroleiros gaúchos cruzaram os braços na manhã dessa quinta-feira e aderiram à greve nacional da categoria. O Sindipetro-RS fechou todas as entradas da Refap e BR Distribuidora. Aproximadamente 70% dos trabalhadores do administrativo da Refap e 100% dos trabalhadores de turno não entraram na refinaria. Nos Terminais da Transpetro em Osório, Canoas e Rio Grande, a adesão foi de 100% para os turnos e 80% para o Adm.   A greve é por avanços na negociação salarial, contra o leilão do campo de Libra, marcado para o próximo dia 21, e pela retirada do PL 4330/04.

A paralisação contou com o apoio e solidariedade de outras categorias. Em frente à Refap estavam os petroquímicos, cargas líquidas, metalúrgicos de Canoas e Novo Hamburgo, a CUT-RS, e os movimentos sociais, entre eles o Levante Popular da Juventude , o MST, MAB, MTA e o MPA.

Segundo o presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia da Costa, a última proposta apresentada pela Petrobrás está distante do que vem sendo reivindicado pela categoria e não contempla pontos importantes para os trabalhadores.  Os petroleiros buscam um ganho real de 5%, negociação de cláusulas sociais, aumento na cobertura do plano de saúde da categoria e mais segurança para os trabalhadores.

Ele destaca ainda, que a categoria está mobilizada e tem feito constantes e fortes manifestações contra o leilão do campo de Libra. Os petroleiros defendem que o governo suspenda o leilão e a Petrobrás seja a única Empresa a explorar a riqueza do pré-sal.

Outra pauta da greve é o PL 4330/2004, que tramita na Câmara dos Deputados. Os trabalhadores consideram a proposta um ataque a direitos históricos da classe trabalhadores e querem a retirada do mesmo do Congresso.

A greve é por tempo indeterminado e a categoria se mantém em assembleia permanente para avaliar o movimento e, se for o caso, apreciar alguma proposta nova que venha a ser apresentada pela Empresa. A expectativa é também que o governo suspensa o leilão de Libra, marcado para segunda, dia 21.

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