O novo Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV) anunciado pela Petrobrás é uma afronta às lutas históricas que os petroleiros vêm travando nos últimos anos para impedir a privatização da empresa e garantir condições seguras de trabalho.
Além disso, é um claro descumprimento do Acordo Coletivo, pois foi planejado e apresentado pelos gestores sem qualquer debate com as representações sindicais, na contramão do que prevê a Cláusula 91, que garante a manutenção de "um fórum corporativo para discutir questões envolvendo o efetivo de pessoal".
Em um intervalo de apenas dois anos, a Petrobrás pretende eliminar cerca de 20 mil postos de trabalho, o que reduzirá em mais de 20% o efetivo próprio da companhia, colocando em risco iminente as unidades operacionais, que já sofrem com quadros abaixo do número mínimo necessário de trabalhadores.
A FUP, portanto, orienta os petroleiros que não façam adesão ao PIDV antes da realização do Fórum de Efetivos, que ocorrerá no próximo dia 19.
Desde janeiro de 2014, quando a empresa aprovou o primeiro plano de desligamento, que teve a adesão de 7.309 funcionários, já perdemos 36 companheiros mortos em acidentes de trabalho.
Nesta última semana, duas plataformas da Bacia de Campos sofreram acidentes graves, em consequência da falta de segurança que, absurdamente, tornou-se rotina no E&P, nas refinarias, nos terminais e em todas as áreas operacionais.
Estamos à beira de uma nova tragédia anunciada e a direção da Petrobrás ainda quer dispensar mais 12 mil trabalhadores.
Os petroleiros não podem se omitir diante de tamanho ataque. O que está em risco é a vida dos nossos companheiros e o futuro da empresa.
Fonte: FUP