O vice-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rui Vicente Oppermann, disse nesta quarta-feira (30) que os reitores das universidades brasileiras estão comprometidos com a defesa da democracia, da paz e da justiça social, repudiando “argumentos pseudo-jurídicos utilizados para encobrir interesses político-partidários, com a divulgação seletiva de elementos processuais antes da conclusão dos processos, ignorando o princípio da presunção de inocência”. Oppermann representou o reitor da UFRGS, Carlos Alexandre Neto, no ato em defesa da legalidade e da democracia, realizado na tarde desta quarta, no Salão de Atos da universidade. Promovido pela reitoria da UFRGS em conjunto com a Frente Brasil Popular e com a Frente Povo Sem Medo, o ato repudiou o que considera ser uma tentativa de golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e defendeu o respeito ao voto popular e às regras do Estado Democrático de Direito como caminho para a superação da atual crise política que vive o país.
Oppermann leu uma nota oficial aprovada pelo Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e também pelo Conselho Universitário da UFRGS, manifestando “preocupação com o agravamento da crise política e econômica do país e suas ameaças à ordem constitucional e aos direitos civis, políticos e sociais do povo brasileiro”. Além de repudiar o uso de argumentos pseudo-jurídicos encobrindo interesses não declarados, os reitores e reitoras das universidades federais brasileiras reprovaram “o uso de interpretações políticas parciais em substituição aos preceitos constitucionais que, necessariamente, devem fundamentar qualquer processo de impedimento de mandato legitimamente conquistado”. A nota defende ainda uma “rigorosa apuração de todas as denúncias de corrupção”, respeitando os princípios republicanos presentes na Constituição Federal.
O ato reuniu militantes da geração que lutou contra a ditadura implantada no país pelo golpe de 1964, que derrubou o governo de João Goulart, com jovens estudantes que estão nas ruas hoje unificados pela consigna “Não vai ter golpe, Vai ter luta”. Paulo de Tarso Carneiro, que participou da luta de resistência contra a ditadura, disse que já estava se preparando para uma tranquila aposentadoria em uma praia quando foi surpreendido pelo retorno da ameaça de um golpe de Estado no Brasil. “Os que tentam dar um novo golpe agora são representantes da mesma elite que tramou tentativas de golpes e golpes em 1954, 1961 e 1964. Eles mudam de partido, mas os interesses são sempre os mesmos. Eu estava a ponto de ir morar na praia, mas enquanto tiver sangue e força estarei firme na luta contra esses golpistas”.
O diretor do Sindipetro, Dary, participou da Mesa e falou sobre a Defesa da nossa Democracia e da Legalidade, que está em risco: "Nós vivemos sob uma Constituição que é a lei máxima, é o acordo para vivermos na sociedade brasileira. Se ela não funciona para todos, é porque não temos regras, voltamos a lei da selva, a lei dos mais fortes. Hoje temos leis seletivas, movidas por um judiciário que apelam para um show midiático. A história já está cheia de exemplos para mostrar onde vai parar uma sociedade que começa com esses sintomas".
Com Sul 21.