Nov 25, 2024

FUP e movimentos sociais articulam reação nacional para impedir entrega do Pré-Sal

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Na próxima quarta-feira, 2,  a FUP, junto com a CUT, a CTB e outros movimentos sociais, participam de audiência da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás, na Câmara dos Deputados, dando início a uma grande reação nacional contra o projeto do Senado que tira da Petrobrás a função de operadora única do Pré-Sal, abrindo caminho para entrega dessa riqueza às multinacionais.

O objetivo é aumentar a pressão sobre os parlamentares entreguistas e  impedir que o projeto seja aprovado na Câmara. Na terça-feira, DIA 1º,  a  direção da FUP realiza reunião extraordinária para analisar a conjuntura e preparar uma série de mobilizações para denunciar à sociedade os prejuízos que o país e o povo brasileiro terão, se houver retrocessos na exploração do Pré-Sal.

“Vamos reforçar a pressão sobre os 513 deputados”, avisa José Maria Rangel, coordenador geral da FUP. Isso deve incluir visitas aos gabinetes, pressão pelas redes sociais e envio de emails, além de atos nas principais capitais do país.

No dia 31 de março, a FUP e seus sindicatos se somarão à CUT e outros movimentos sociais numa grande manifestação em Brasília, chamada pela Frente Brasil Popular. Uma das principais bandeiras da mobilização será a defesa do pré-sal como patrimônio do povo brasileiro.

CONHEÇA OS TRÂMITES DO PROJETO QUE QUER ENTREGAR O PRÉ-SAL

Aprovado no Senado o substitutivo ao PL 131, que na prática retira da Petrobras a exclusividade na exploração do petróleo pré-sal e abre caminho para multinacionais terem acesso à riqueza nacional, a luta contra esse projeto vai se dar na Câmara dos Deputados.

Há três possibilidades, de acordo com o funcionamento da Câmara, de esse projeto privatista seguir seu rumo. Num cenário que costuma ocorrer em matérias menos polêmicas e que envolvem menos interesses, o projeto seria distribuído para ser analisado pelas comissões de Minas e Energia, de Direito Econômico, Comissão e Justiça e de Finanças. Cada uma das comissões faria a análise, separadamente, checaria a constitucionalidade e conveniência da matéria e, se julgar necessário, proporia mudanças.

Só então, após o trabalho dessas comissões, o tema iria a plenário para votação dos deputados e deputadas. Segundo avaliação de Neuriberg Dias, assessor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), profundo conhecedor dos trâmites legislativos, se esse for o caminho escolhido, o projeto não seria votado ainda neste ano.

Outra possibilidade, bem ao gosto do atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seria instalar uma comissão especial que analisaria sozinha o projeto e produziria um relatório a ser votado em plenário. Isso reduziria o prazo para uma questão de meses.

MAIS PERIGOS À VISTA

Aprovar regime de urgência, como fez Renan Calheiros (PMDB-AL) no Senado, remeteria o projeto às quatro comissões citadas acima, com a diferença que as análises seriam produzidas simultaneamente, no prazo obrigatório de apenas cinco sessões. Caso as comissões não consigam concluir o trabalho neste período, o projeto vai, do jeito que estiver formulado, direto ao plenário. Em um mês ou dois, calcula o Diap, iria a voto no plenário.

Há outro risco surgido nos últimos dois dias. Segundo denúncia do site Brasil 247, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pretende colocar para análise um outro projeto, ainda mais nocivo que o de Serra. De autoria de Mendonça Filho (DEM-PE), esse projeto acabaria com o regime de partilha, em que a Petrobrás mantém os lucros da exploração, para o de concessão, onde as benesses ficariam para as multinacionais.

COMO FOI NO SENADO

Até por volta das 18h da última quarta-feira, dia 24, os senadores que se opunham ao  PL 131, de autoria de José Serra, contabilizavam 36 votos pela derrubada contra 34. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) chegou a afirmar, nas redes sociais, que havia recebido sinalização do governo contra o 131. Se fosse a voto naquele momento, Serra e as petroleiras internacionais – que enviaram lobistas às galerias, enquanto os dirigentes sindicais foram impedidos de entrar, conforme denunciou da tribuna o senador Roberto Requião (PMDB-PR) – teriam sido derrotados.

Porém, segundo relatos de diferentes veículos de comunicação, uma negociação entre Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros e o governo abriu caminho ao substitutivo que, com algumas alterações, acabou aprovado no voto.

FUP, com informações da CUT

 


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