A CUT-RS recebeu com enorme frustração a notícia do envio pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) à Assembleia Legislativa do RS, nesta sexta-feira (12), do projeto de lei que prevê reajuste de apenas 9,612% no salário mínimo regional em 2016.
“O índice proposto pelo governador fica bem abaixo da inflação do período, que foi 11,31%, e não atende a reivindicação das centrais sindicais, que é de 11,68%, o mesmo percentual de reajuste concedido pela presidenta Dilma Rousseff (PT) para o salário mínimo nacional em janeiro”, afirma o secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr.
Para ele, “a proposta de Sartori, que não concedeu nenhuma audiência para ouvir as centrais sindicais, é um retrocesso e representa arrocho salarial para cerca de 1,5 milhão de trabalhadores gaúchos, que recebem o chamado piso regional, o que é totalmente inaceitável”.
“Não repor a inflação nos salários de quem menos ganha empobrece os trabalhadores e trará impactos negativos na economia, com a redução do consumo e da produção, o que aumentará o desemprego e dificultará o crescimento do RS”, aponta.
Ademir destaca que o índice do governo desconsidera a realidade das negociações salariais no último período no Estado. Segundo o Dieese, quase todos os acordos foram fechados com a reposição da inflação e vários com aumento real. “O governador só levou em conta a velha choradeira dos empresários”, critica.
Mobilização na Assembleia Legislativa
Com o encaminhamento do projeto, a CUT-RS e as demais centrais sindicais se reúnem na próxima terça-feira (16) para organizar a mobilização na Assembleia Legislativa.
O objetivo é procurar dialogar com a nova presidenta do parlamento gaúcho, deputada Silvana Covatti (PP), e o conjunto dos deputados estaduais, a fim de construir uma emenda que garanta o reajuste de 11,68% para o mínimo regional.
“Vamos mostrar aos parlamentares que é preciso repor a inflação e aplicar o mesmo índice do mínimo nacional. Os trabalhadores mais vulneráveis, os que possuem menor organização sindical e os que mais precisam da ação do Estado, não podem ser penalizados”, explica o dirigente da CUT-RS.
Ele frisa ainda que “ao propor um índice abaixo da inflação, o governo Sartori dá um mau exemplo para as próximas negociações entre trabalhadores e empresários no Estado”. Para Ademir, “arrochar salários é ruim para o trabalhador e péssimo para o aquecimento da economia gaúcha”.
O novo valor do mínimo regional entrará em vigor após a aprovação dos deputados e a partir da data de publicação da lei, com efeitos retroativos a 1º de fevereiro de 2016.
CUT-RS