Nov 25, 2024

Lazer e família ajudam a não adoecer com o trabalho

Categoria: Noticias
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Um cotidiano de estresse e esgotamento tem um efeito tão danoso à saúde quanto à exposição de fumaça de cigarro alheio. Isso foi o que mostraram pesquisadores da Harvard Business School e da Universidade de Stanford (EUA).

Os cientistas reuniram dados de mais de 200 estudos para chegar a essa conclusão. Eles mostraram ainda que o medo de perder o emprego é a maior razão de estresse e que tal temor leva  50% dos trabalhadores a desenvolver problemas de saúde. 

Cerca de 35% dos trabalhadores que assumem cargo com tarefas que exigem mais do que a capacidade pessoal possa oferecer desenvolvem problemas físicos. Os resultados dos estudos sobre o potencial dano que trabalhos têm sobre a saúde repercutiram nas redes sociais ao longo da última semana.

 

De acordo com a psicóloga Marcela Clementino, do Hapvida, sintomas como dores de cabeça, indisposição, dor de barriga, baixa imunidade, além de insatisfação, tristeza, ansiedade podem aparecer em menor ou maior grau em situações de desgastes profissionais, variando de pessoa para pessoa. Ela diz que todos passam por situações difíceis no trabalho, mas quando esse quadro passa a ser uma constante, comprometendo a qualidade de vida, é a hora de buscar ajuda profissional. 

“Como esses sinais não surgem de uma hora para outra, na maioria dos casos, as pessoas vão adoecendo sem perceber, mas o importante é buscar solução antes que o problema ganhe contornos mais sérios, como uma síndrome de Burnout, por exemplo”, esclarece.

Esgotamento 
O psiquiatra Bernardo Assis destaca que a Síndrome do Esgotamento Profissional(ou Burnout) é um distúrbio mental, de fundo depressivo, que se manifesta nos esgotamentos físico e mental muito intensos. “Essa é uma nova enfermidade, ligada à saúde do trabalho e do trabalhador”, esclarece o médico, lembrando que o Burnout surge quando a atividade profissional é realizada em condições pouco favoráveis, a exemplo dos ambientes perigosos, insalubres e com baixa remuneração. 

As situações são desencadeadas, geralmente, quando o profissional quer demonstrar alto grau de desempenho e o que tem início como prazer e pró-atividade evolui para a obstinação e compulsão. “O portador do distúrbio, mesmo se sentindo mal, não falta o trabalho com receio da demissão. 

Ele passa então a apresentar um comportamento presenteísta, que é o contrário do absenteísmo (falta ao trabalho), mas não consegue produzir, fica disperso e irritado”, esclarece, lembrando que as situações são mais comuns nas instituições públicas que privadas, principalmente nas carreiras ligadas à saúde e educação.“O funcionalismo tem sido alvo desse problema que também envolve questões como o assédio moral”, diz Assis.

Diálogos 
Mas em tempos de crise, quando o emprego fica mais difícil, o que fazer para que o trabalho não seja fator de adoecimento?! Marcela Clementino ressalta que antes de tudo, é preciso se perguntar com que afetividade e prazer o trabalho está sendo exercido. “É preciso, antes de aceitar o trabalho, saber se ele se enquadra à personalidade do trabalhador, apesar da crise, boas escolhas precisam ser feitas”, diz a psicóloga com vasta experiência em processos seletivos de empresas privadas. 

Ela ressalta ainda que, apesar das pressões por produtividade, é fundamental organizar o tempo de modo que as atividades de lazer, o contato com os amigos e a família não sejam esquecidos. “Esses momentos são fundamentais para uma descompressão das exigências da rotina e para garantir uma atividade profissional saudável”, completa. 

Marcela afirma que posturas tirânicas, geralmente, são adotadas como uma forma de escamotear alguma fragilidade na qualificação e liderança do chefe. “Para não adoecer no trabalho, é importante organizar as prioridades laborativas e não tornar o trabalho como o centro da vida”, diz, pontuando a importância de atividades prazerosas na vida do profissional. 

Para o psicólogo André Luís Dória, psicólogo da Clínica Holiste e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia, é preciso não perder de vista que não é possível viver num mundo sem estresse e que essa pressão também traz aspectos positivos. “É o estresse que faz o indivíduo vencer a acomodação e progredir”, diz. Dória é enfático em afirmar que mais que se identificar com essa ou aquela patologia, é importante que a pessoa busque formas de não se vitimizar com a situação. “É fundamental que o indivíduo se posicione diante de uma situação de abuso. O enfrentamento também traz respeito no meio profissional”, diz.

 Fonte: Correio 24horas


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