Terminou sem acordo na segunda-feira, 02, a oitava e crucial rodada de negociação da Mesa Quadripartite, onde as centrais sindicais tentavam alterar o Projeto de Lei 4330, que, sob o pretexto de regulamentar a terceirização, flexibiliza direitos e amplia a precarização. Para impedir que o projeto fosse votado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados Federais (CCJC), onde tramita em fase terminal, cerca de três mil militantes da CUT estão acampados em frente ao Congresso Nacional.
Apesar da truculência policial, os trabalhadores, mais uma vez, conseguiram impedir que o PL 4330 entrasse em votação, como estava previsto pela CCJC. Diante da forte repressão das Polícias Militar e Legislativa, a sessão foi cancelada (leia abaixo). Dirigentes da FUP e dos Sindipetros Paraná/Santa Catarina, Bahia e Duque de Caxias permanecem em Brasília, participando da manifestação da CUT contra o Projeto de Lei. “É uma vitória dos trabalhadores. Nós impedimos a votação do projeto hoje, mas amanhã o texto pode ser votado, por isso a mobilização continua”, afirmou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, assim que houve o cancelamento.
Militantes da CUT enfrentam gás de pimenta, cassetete e bombas
Centenas de representantes da CUT foram impedidos de entrar no Congresso Nacional, onde se manifestariam contra a votação do PL 4330. Por volta das 14h30, as Polícias Militar e Legislativa formaram um cordão de isolamento na entrada do Anexo 2 da Câmara dos Deputados, que dá acesso à CCJC, para impedir a entrada de manifestantes e dirigentes da CUT. Usaram gás de pimenta e violência para barrar a manifestação. Houve tumulto e correria, e dirigentes cutistas ficaram feridos.
Mais cedo, parte dos manifestantes já haviam conseguido entrar no plenário do Anexo, que acabou sendo esvaziado. Após o cancelamento da sessão parlamentar que colocaria em votação o PL 4330, dirigentes e militantes da CUT retornaram ao acampamento montado em frente ao Congresso Nacional, onde permanecerão, pressionando os parlamentares da CCJC pelo voto contrário ou retirada do projeto.
“O presidente da Câmara baixou regras ditatoriais para que os trabalhadores não possam se manifestar contra o PL 4330, que atropela os direitos com a ampliação da terceirização e da precarização”, denunciou Graça Costa, secretária nacional de Relações do Trabalho da CUT.
FUP, com informações da CUT