Correio do Povo
Postos de combustíveis começaram a ficar desabastecidos, nessa terça-feira, em Porto Alegre e no Interior do Estado. Com a dificuldade para obter gasolina nos distribuidores do RS, empresas passaram a buscar alternativas em Santa Catarina e no Paraná. O temor entre empresários e consumidores, diante do problema, é de que o custo do transporte rodoviário seja agregado ao combustível trasladado para o suprimento e acabe respingando no preço do litro nas bombas.
Para o presidente da Associação Gaúcha de Postos Independentes, há dúvida de quanto tempo os empreendedores poderão sustentar o impacto pelo aumento de custo com a alternativa trazida dos estados vizinhos. "Por enquanto, estamos absorvendo", disse Gilberto de Oliveira. Ele lembrou que os postos de "bandeira branca", independentes das grandes marcas do mercado, contribuem para o equilíbrio dos preços.
Ainda nessa terça-feira, o escritório da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em Porto Alegre, divulgou a expectativa de que o abastecimento pleno esteja normalizado na próxima semana. "Temos problema com mau tempo na descarga em alto-mar, em Tramandaí. Isso prejudicou abastecimento da Refinaria Alberto Pasqualini, que é responsável por mais de 80% da produção no Estad", descreveu o superintendente da ANP-RS, Edison Silva. Segundo ele, desde a semana passada, a Agência atua para minimizar as consequências desta situação.
Mesmo assim, Rubens Dalpian ficou com as bombas secas em seu posto no bairro Sarandi, na Capital. O empresário foi um dos que precisou "importar gasolina". Rubens estima que deixou de atender a cerca de 400 consumidores, somente na tarde de ontem. A microempresária Lidiane Brum teve que procurar outro posto. "Dependo do carro para trabalhar", lamentou.