ACT Sistema Petrobrás: Segunda contraproposta é insuficiente e soa como provocação; resposta da categoria será dada na greve

A FUP rejeitou em mesa a segunda contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho apresentada nesta terça-feira, 09, pelo Sistema Petrobrás e enfatizou que a greve está sendo fortemente aprovada nas assembleias. Diante da ausência de uma proposta completa, que atenda aos três eixos deliberados pela categoria e que suspenda os desimplantes forçados, os sindicatos farão na sexta-feira, 12, a notificação à empresa sobre a greve, que será iniciada à zero hora do dia 15.

A contraproposta apresentada pela Petrobrás, tratada pelos gestores como “um último esforço”, é, na realidade, um desrespeito àqueles que constroem coletivamente os resultados da empresa. Enquanto outras estatais fecharam acordos com ganhos reais de 1%, a petrolífera propõe meio por cento, mesmo acumulando lucros bilionários.  Além disso, os avanços sinalizados não são suficientes para resgatar os direitos retirados pelos governos passados, tampouco garantir uma justa distribuição da riqueza gerada pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras.

E, como se não bastasse, a direção da Petrobrás segue sem se posicionar sobre o fim dos PEDs, continua enrolando em relação ao novo plano de cargos e salários e mantém os ataques contra o E&P, sem recuar nas demissões do Polo Bahia Terra e insistindo com os desimplantes forçados nas unidades offshore e em Urucu. Após diversas reuniões de negociação coletiva e da intensa articulação das representações sindicais para buscar o atendimento das reivindicações deliberadas nas assembleias, a alta gestão da Petrobrás parece querer apostar no impasse e empurrar os petroleiros para a greve.

“Se a empresa não levar em consideração os três eixos aprovados pela categoria, não temos por que submeter essa contraproposta às assembleias”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. “É inadmissível que, após quase três anos de debates e de negociação com a FUP e as demais entidades que integram o Fórum em Defesa dos Participantes da Petros, a Petrobrás não tenha formalizado até hoje o seu posicionamento em relação ao fim dos PEDs, apresentando uma proposta que resolva de uma vez por todas esse problema”, destacou, reforçando que esse é um ponto central que foi deliberado nas assembleias para fechamento do Acordo Coletivo.

“Estamos falando de uma empresa cuja indústria é intensiva em capital, onde menos de 7% de suas despesas totais são com custos de pessoal. Não tem sentido algum no governo atual, a alta gestão da empresa, diante dos lucros bilionários construídos pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras, desrespeitar a categoria como vem fazendo”, afirmou Bacelar.

A FUP e seus sindicatos orientam os trabalhadores e as trabalhadoras do Sistema Petrobrás a continuarem participando das assembleias que estão aprovando massivamente o indicativo de greve a partir de segunda-feira, 15. Mais do que nunca, é fundamental a categoria manter-se mobilizada e pressionando a gestão da empresa.

Ainda esta semana, a FUP realiza reuniões importantes em Brasília com representantes do governo e com a Comissão Quadripartite para cobrar da Petrobrás a apresentação de uma proposta que resolva os equacionamentos da Petros.  Na quinta-feira, 11, aposentados, aposentadas e pensionistas voltam a acampar em frente ao Edisen, sede da estatal no Rio de Janeiro, reforçando a cobrança e a pressão para que a patrocinadora se posicione e cumpra o que foi debatido com as entidades.

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