Até quando as empresas vão agir com a maior cara de pau do mundo!

Em 2024, durante a Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT) da Refap, o Sindipetro-RS denunciou a faixa de uma empresa terceirizada que tratava o tema da segurança como responsabilidade do trabalhador e praticamente “lavava suas mãos” quanto a sua própria responsabilidade. Foi feita uma denúncia, pedido esclarecimentos e a faixa retirada. Mas ao que parece a empresa não aprendeu a lição. Este ano, aprimorou a sua posição de agir como se a culpa dos acidentes fosse do trabalhador. De forma autoritária e desrespeitosa, anuncia nas suas faixas: “até quando vamos precisar repetir…use sempre o EPI”.

Na verdade, quem deveria fazer perguntas são os trabalhadores. Poderiam questionar, por exemplo: Até quando vamos ser tratados com descaso?;  Até quando vamos trabalhar em condições precárias?; Até quando vamos ter que usar EPIs sem qualidade ou fora das especificações?; Até quando vamos ter que trabalhar com treinamento insuficiente?; Até quando vamos adoecer e morrer pela negligência das empresas?;  Até quando vamos ter que…, numa lista infindável  de situações de descaso e precarização que coloca a vida de todos diariamente em risco.

INJUSTA E DESUMANA

Infelizmente, essa empresa não é a única. É comum empresas que tentam se eximir da responsabilidade pelos acidentes de trabalho, transferindo para o trabalhador a culpa por situações que decorrem da negligência patronal em relação à segurança e à prevenção. As leis trabalhistas e as normas regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho são claras: é dever da empresa garantir um ambiente seguro, oferecer equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, treinamento, supervisão técnica e condições de trabalho dignas. Quando isso não acontece, os riscos aumentam. Com frequência esquecem suas atitudes, como falta de estrutura, pressão por produtividade, jornadas extenuantes ou ausência de manutenção e fiscalização nos equipamentos.

SERÁ QUE SOMOS 724.228 “DESCUIDADOS”?

Em 2024 foram notificados 724.228 acidentes do trabalho. Será que o Brasil tem um número tão grande assim de trabalhadores/as “descuidados”, que não usam o EPI? É claro que não! Ninguém sai de casa para morrer