Com palavras de ordem, faixas e cartazes cobrando da Petrobrás um acordo robusto que ponha fim aos planos de equacionamento da Petros (PEDs), centenas de petroleiros e petroleiras de vários estados do Brasil realizaram mais um grande ato nacional nesta quarta-feira, 13, em frente ao Edifício Senado (Edisen), sede da empresa no Rio de Janeiro.
A mobilização foi convocada pelas entidades que integram o Forum em Defesa dos Participantes da Petros – FUP, FNP, Conttmaff, Fenaspe e Ambep – para pressionar a diretoria da Petrobrás a disponibilizar os valores necessários para garantir um acordo judicial que viabilize a proposta de um novo plano de previdência equivalente ao atual, mas sem os pesados descontos dos PEDs, que hoje chegam a consumir um terço dos benefícios dos aposentados e pensionistas.
A proposta foi construída ao longo dos últimos dois anos, tanto no GT Petros, quanto na Comissão Quadripartite – formada pelos representantes dos participantes e assistidos (FUP, FNP, Conttmaff, Fenaspe e Ambep), da patrocinadora (Petrobrás), da Petros e dos órgãos governamentais (Sest e Previc).
Caravanas de Norte a Sul
Para aumentar a pressão e exigir que a Petrobrás faça a sua parte e acabe definitivamente com os PEDs, caravanas e representações de aposentados, pensionistas, trabalhadores da ativa e lideranças sindicais e das associações compareceram em massa ao ato unificado desta quarta, atendendo, mais uma vez, ao chamado das entidades que integram o Fórum.
Somente nas bases da FUP, foram mais de 13 ônibus que chegaram em caravanas de Norte a Sul do país. A maioria deles lotados com aposentados e aposentadas, que dedicaram a vida inteira à Petrobrás e agora, quando mais precisam da segurança previdenciária, são humilhados e desrespeitados pela direção da empresa, com os descontos inaceitáveis dos famigerados PEDs.
As delegações do Paraná e da Bahia, por exemplo, viajaram dia e noite, percorrendo centenas de quilômetros para fortalecer o ato no Edisen, que já havia sido palco de outra grande mobilização em junho do ano passado, que se desdobrou em uma vigília de 15 dias, que garantiu a instalação da Comissão Quadripartite.
A diretora da FUP, Barbara Bezerra, que também coordena o Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras, reforçou a cobrança por uma solução negociada que acabe com os PEDs. “Bora lá, Petrobrás, sei que vocês podem ser mais do que uma fábrica de dividendos. Você pode ser agora autora da maior justiça social que essa empresa pode demonstrar atualmente”, convocou, afirmando que a empresa não pode deixar ninguém para trás. “Essa conta é cara e não é nossa. Não é possível que a gente continue pagando com nossa vida, com nosso sangue, com nosso suor, uma conta que não nos cabe”.
Bacelar: “A presidenta Magda sabe o tamanho do problema e qual é a solução”
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, enfatizou que o fim dos equacionamentos é o principal ponto da pauta reivindicatória que será negociada este semestre com as empresas do Sistema Petrobrás. “Não arredaremos o pé dessa negociação, se nós não resolvermos esse problema, que atinge milhares de pessoas e, principalmente, aposentados, aposentadas e pensionistas, que não têm nada a ver com os problemas estruturais do plano, que não têm nada a ver com as decisões que foram tomadas ao longo da existência da nossa Petros”, afirmou.
Ele lembrou que na posse da presidenta da Petrobrás, Magda Chambriard, em junho do ano passado, a FUP entregou a ela e ao presidente Lula o dossiê em que as entidades do Fórum em Defesa dos Participantes da Petros explicam a origem dos problemas dos Planos de Previdência do Sistema Petrobras (PPSPs) e apresentam as soluções para resolve-los. “A presidenta Magda, portanto, sabe qual é a solução, sabe o tamanho do problema e a Petrobrás tem condições, sim, de fazer esse acordo, (via) uma grande transação judicial, que resolva esse problema de uma vez por todas. Porque, se tem condições de pagar 70 bilhões para os acionistas, via dividendos, se tem condições de ter resultados como está tendo nos últimos dois trimestres, também tem condições de pagar essa conta e acabar com os PEDs”, frisou o coordenador da FUP.
A luta é coletiva e não no WhatsApp
O conselheiro deliberativo da Petros, eleito pelos participantes, Radiovaldo Costa, criticou duramente os que tentam dividir e iludir a categoria com mentiras e desinformações. “Precisamos combater as fake News do WhatsApp. É uma clara tentativa de descaracterizar o papel das entidades e o excelente trabalho que realizam para acabar com este problema. Achar que grupo de WhatsApp vai resolver o problema da categoria é um erro. Os guerrilheiros de WhatsApp não comparecem nesses eventos, e é nessa luta, tanto da comissão quanto dessas mobilizações, que a gente vai garantir uma solução efetiva”, alertou.
Ele reforçou que é de forma unificada que a categoria vai resolver os equacionamentos dos planos de previdência e também mandou o recado para a diretoria da Petrobrás: “Presidente Magda, você está por conta de Lula, presidente do Brasil, por conta da vitória de 2022, que a gente derrotou o atraso e aqueles que queriam destruir a Petrobrás. Agora, queremos a saída dos equacionamentos”, afirmou, no encerramento do ato, seguido por todos os presentes, que gritaram, em alto e bom tom, que exigem o fim dos equacionamentos já.
FUP