A data foi instituída por iniciativa de sindicatos canadenses e escolhida em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969. No Brasil, em maio de 2005, foi promulgada a Lei nº 11.121, criando o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
No Brasil ocorrem cerca de 700 mil acidentes de trabalho por ano. Pelas estatísticas, aqui, a cada três horas morre um trabalhador, vítima de acidente de trabalho. De acordo com os dados oficiais do Ministério da Previdência, só em 2011 foram registrados 711 mil casos de acidentes de trabalho, com 2.844 mortes de trabalhadores e trabalhadoras e 14.811 que sofreram incapacidade permanente. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 2,34 milhões de mortes acontecem em decorrência do trabalho em todo o mundo, sendo 2,02 milhões (86,3%) causadas por diversos tipos de doenças profissionais e 321 mil em consequência de acidentes. São 6.300 mortes diárias relacionadas ao trabalho, 5.500 causadas por doenças.
No Sistema Petrobrás, desde 1995 foram registradas 325 mortes, desse total, 260 eram terceirizados. “O Dia 28 de abril é uma data de reflexão para todos nós trabalhadores. Infelizmente ainda temos que lutar por condições dignas de trabalho”, disse o presidente do Sindipetro-RS Fernando Maia da Costa.
FUP cobra posicionamento da Empresa em reunião com a diretoria executiva
No último dia 16, a FUP apresentou à diretoria executiva da Petrobrás as principais propostas que os trabalhadores discutiram no Grupo de Trabalho Paritário de SMS, mas que, no entanto, foram ignoradas ou desqualificadas pelos representantes da empresa, levando a Federação a se retirar do GT. A FUP tornou a criticar a falta de vontade política dos gestores em alterar a atual política de SMS e cobrou da diretoria executiva um posicionamento para as propostas defendidas pelo movimento sindical, ressaltando a urgência de mudanças estruturais na forma como a empresa lida com a saúde e segurança dos trabalhadores. A reunião foi com a presidenta da Petrobrás, Maria das Graças Foster, e os diretores José Eduardo Dutra (Corporativo e de Serviços), José Miranda Formigli Filho (Exploração e Produção) e Almir Barbassa (Financeiro e Relações com Investidores).
A diretoria executiva da Petrobrás se comprometeu a avaliar as reivindicações e respondeu à cobrança da FUP definindo quem é responsável na empresa por fazer cumprir as cláusulas acordadas com os trabalhadores no capítulo 7º do Acordo Coletivo, que trata da Segurança Industrial e Saúde Ocupacional. A presidenta da Petrobrás disse que cabe ao gerente executivo de SMES a coordenação do GT de SMS (caso continue), bem como o acompanhamento do capítulo 7º do ACT. Esse encaminhamento foi formalizado em documento enviado à FUP no dia 17 de abril, onde a empresa também propõe a retomada do Grupo de Trabalho Paritário de SMS. A Federação irá avaliar se continua ou não no GT.
Principais propostas da FUP
Criar mecanismos de gestão que de fato coíbam as subnotificações de acidentes e doenças ocupacionais; fortalecer as CIPAs, com ampliação do mandato e eleição de todos os membros; primeirizar todos os postos de trabalho de saúde e segurança; alterar a metodologia de avaliação dos riscos químicos e físicos; ampliar a participação dos representantes dos trabalhadores para todas as comissões de apuração de acidentes; buscar soluções conjuntas para a caótica situação do transporte aéreo para as plataformas; garantir o devido cumprimento do Acordo Nacional de Benzeno e maior participação dos trabalhadores nos GTs de Benzeno; garantir o cumprimento da Súmula 9 da Justiça Federal no que diz respeito ao ruído e também da norma de higiene ocupacional da FUNDACENTRO sobre vibrações; preenchimento correto do ASO, informando os riscos a que os trabalhadores estão expostos; fim do PRAT.