O governador do Estado, Tarso Genro, realizou a conferência de abertura do III Fórum da Igualdade “Não há liberdade sem igualdade – Só não vê quem não quer”, noite desta segunda-feira, 08, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Tarso elogiou a realização de um evento como o III Fórum da Igualdade numa época em que há “um grande esforço dos meios de comunicação de massa em moldar opiniões subordinadas ao gosto do capital financeiro.”
Segundo ele, atualmente há dois conflitos fundamentais: o mercado perfeito e a igualdade a se constituir pelo direito humano, pelos que não compactuam com as guerras, com a exclusão, com a irrelevância dos menores que estão fora do mercado.
“Nas disputas de utopias sempre aparece a questão da liberdade. Nos dias atuais, lutamos pela liberdade de imprensa e de expressão, de fazer circular livremente uma opinião, o que é um pilar fundamental da democracia”, disse Tarso.
Tarso defendeu uma regulamentação dos meios de comunicação que impeça os monopólios e oligopólios nas empresas de comunicação. “É necessário um sistema que não seja dependente dos grandes grupos, pois esse financiamento determina a ideologia da informação”, acredita.
Por fim, o governador leu o parágrafo 5º do artigo 220 da Constituição, que diz que os meios de comunicação não podem ser objeto de monopólio e o artigo 221 que dispõe sobre a produção e a programação dos programas de rádio e televisão no Brasil.
“Sem dúvida, se esses artigos fossem de fato, aplicados, boa parte da programação sairia do ar, pois estão muito longe da nossa Constituição”, finalizou Tarso.
Participação popular e democratização do Estado
Após foi realizado o painel “Participação popular e democratização do Estado”, com representantes dos movimentos sociais.
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, ressaltou que para a classe trabalhadora, a conquista da democracia foi bastante cara. “E precisamos sempre lutar pela manutenção da democracia, porque se ela estragar, quem ganha são as elites”, disse.
Nespolo lembrou que o evento é um contraponto ao Fórum da Liberdade. “Lá na PUC, há um setor da sociedade reunido, que não gosta da esquerda, principalmente da esquerda organizada. Portanto, o desafio do nosso Fórum da Igualdade é revigorar os nossos temas para disputarmos as nossas agendas.”
Já a representante da Marcha Mundial das Mulheres, Cláudia Prates, afirmou que não há liberdade numa sociedade apropriada pelo capitalismo. “Não há liberdade sem igualdade. Perseguiremos essa utopia até que todas as mulheres sejam, verdadeiramente, livres”, declarou.
Também participaram do painel, o presidente da CTB, Guimar Vidor; o integrante do Instituto Justiça Fiscal, Dão Real Pereira dos Santos; o representante da Via Campesina, Adalberto Martins (Pardal); o representante da Conam, Valério Lopes; o deputado estadual, Raul Carrion (PC do B) e o vereador, Alberto Kopittke (PT).
O III Fórum da Igualdade acontece até esta terça-feira, 09.
CUT-RS