CUT
A classe trabalhadora estará mais uma vez unificada e mobilizada por "Desenvolvimento, Cidadania e Valorização do Trabalho", pressionando o Congresso Nacional e governo em defesa dos empregos, salários e trabalho decente.
A Marcha das Centrais Sindicais e Movimentos Sociais ocorrerá nesta quarta-feira, dia 6 de março, em Brasília. A concentração está programada para as 7h, no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, de onde os/as trabalhadores/as sairão em caminhada até o Congresso Nacional.
Fundamental para o desenvolvimento do País, sendo um importante instrumento de distribuição de renda e mais oportunidades de trabalho, a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salários encontra dificuldades em avançar no Congresso Nacional. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 393/2001 está parada na Câmara dos Deputados.
"Esta Marcha é um momento para fazermos avançar o projeto no Congresso, abrindo uma discussão na sociedade do que significa a redução na jornada de trabalho, uma oportunidade para gerarmos mais e melhores empregos. Trabalhador com renda significa mais consumo e economia em movimento", afirmou Vagner Freitas, presidente nacional da CUT.
Há tempos, a CUT vem cobrando a aprovação do Projeto. Já se passaram mais de 30 anos desde o último posicionamento neste sentido. Foi em 1988, ano da promulgação da Constituição Federal, quando se reduziu a jornada de trabalho de 48 horas para 44 horas.
Mais e melhores empregos
Reduzir a jornada de trabalho é estimular uma série de benefícios para a sociedade brasileira. Os/as trabalhadores/as terão mais tempo para dedicar-se a outras atividades como estudo, convívio familiar, lazer, que ajudarão na melhoria da vida e do desempenho profissional.
Mas, tão importante quanto a melhoria na qualidade de vida, está a real possibilidade de geração de novos empregos. Estimativas do Dieese apontam que mais de 2,2 milhões de novos postos de trabalho seriam gerados.
Diferentemente das justificativas contrárias expostas pelo empresariado, a redução da jornada de trabalho não trará prejuízos à competitividade das empresas brasileiras. O custo com salários no Brasil é muito baixo se comparado ao de outros países. Pelos cálculos do Dieese, o custo horário da mão de obra manufatureira no Brasil é inferior a US$ 6, enquanto na Alemanha é de quase US$ 38, no Reino Unido e França é de quase US$ 30 e nos Estados Unidos chega perto de US$ 25.
Para Expedito Solaney, secretário nacional de Políticas Sociais da CUT, "as centrais sindicais quando tomam a iniciativa de fazer uma marcha desta envergadura, pautando o poder Legislativo, Executivo e Judicário, dão um impulso importante para garantir novas conquistas."
Para Solaney, "a pauta tem alguns pontos prioritários onde estão contemplados outros eixos transversais. Redução da jornada, regulamentação da Convenção 151, ratificação da Convenção 158, fim do fator previdenciário, saúde, educação, tudo isso é pano fundo ao debate de que se o Brasil encara verdadeiramente a agenda do trabalho decente estará comprometido com o fim do trabalho escravo, fim do trabalho infantil, aprovação da PEC 57-A, garantia de condições dignas de trabalho para pessoas com deficiência, respeito à Lei de Cotas".
"A presidente Dilma estará recebendo os representantes das centrais sindicais, o Congresso Nacional vai sentir novamente o peso dos trabalhadores que estarão exigindo que a nossa pauta entre na agenda prioritária do governo", conclui o dirigente da CUT.