CUT-RS
Cerca de 600 companheiros da Gerdau cruzaram seus braços, por aproximadamente 2 horas, na manhã do dia 19 de fevereiro, em adesão a manifestação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região. Conforme já vinha sendo debatido em reuniões da CIPA com representações da empresa e dos trabalhadores, a tragédia que ocorreu na madrugada de sexta para sábado passado já era anunciada.
O companheiro que teve sua perna amputada no ato do acidente dentro da empresa estava, assim como outros trabalhadores da Gerdau, sendo submetido a um regime de cargas exaustivas de trabalho devido a redução do quadro de trabalhadores e redução de custos de operação. Muitos trabalhadores já vinham comunicando ao sindicato sobre a pressão para produzir cada dia mais, fazendo com que eles excedessem sua carga horária em mais horas do que o permitido, prejudicando assim seu próprio descanso e afetando sua saúde. A amputação é a representação concreta dos problemas gerados por este regime de trabalho.
Durante as falas, o dirigente Valmir colocou que não existe dinheiro que pague todos os momentos que foram ceifados da vida deste trabalhador, como coisas simples, mas tão significativas como jogar futebol com um dos seus filhos. O presidente do Sindicato, Jorge lembrou que havia trabalhado na empresa na década de 80 e os problemas com segurança já eram recorrentes. Além dos dirigentes de São Leopoldo e Região, também esteve presente o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, Paulo Chitolina.
Os trabalhadores acompanharam a paralisação de fora e de dentro da fábrica, já que um forte efetivo policial trancou as vias de acesso ao portão que o Sindicato estava, orientando quem chegava para entrar por outro portão.
Durante a paralisação, foi encaminhado em assembléia com os trabalhadores que será cobrado mais segurança, respeito ao acordo de turnos e combate ao assédio moral. Após a manifestação, ocorreu uma reunião com a gerencia de relações trabalhistas da Gerdau, na qual foram apresentados os pontos da unidade da Gerdau Sapucaia do Sul.
Durante a reunião, o dirigente da CNM/CUT, Loricardo Oliveira apresentou a importância de ser construído um contrato coletivo nacional das unidades da Gerdau, ficando acordado que será feita uma conversa em São Paulo com a gerência de relações trabalhistas da empresa. Houve uma cobrança da parte da CNM também sobre a apuração de falta grave do dirigente sindical de Pindamonhangaba e de que é necessário haver uma solução que não a demissão.