Na semana passada, os metalúrgicos haviam recebido um telegrama da empresa informando que eles seriam dispensados na data de vencimento dos contratos. Eles estão desde junho deste ano afastados por conta do lay off, uma estratégia para evitar demissões na qual os trabalhadores fazem 300 horas de curso de qualificação profissional e recebem mensalmente R$ 1.600 do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), mais a diferença do salário, que é completada pela empresa.
Os 484 que tiveram seus contratos prorrogados estão fora do lay off e o salário será pago integralmente pela montadora, de acordo com o sindicato. “Vencemos uma batalha, mas a guerra continua e tem data marcada para nova luta: 31 de março”, disse o secretário de Organização da entidade, Moisés Selerges Junior, na assembleia.
A prorrogação do contrato é fruto de um acordo coletivo firmado entre o sindicato e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em São Paulo, já que a lei trabalhista prevê que contratos fechados por prazo determinado não podem ser renovados mais do que duas vezes.
O diretor Valter Sanches, também membro do Conselho Mundial da Mercedes, lembrou que o acordo aprovado hoje é apenas um dos vários que o sindicato negociou ao longo do ano, tanto com empresas como com o governo federal, para garantir os empregos na categoria. “Foi um ano difícil para o setor de caminhões. A empresa visa lucro e, com a produção baixa, ela dispensaria os cerca de 3 mil funcionários excedentes. O papel do sindicato é lutar para manter esses empregos.”
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem quatro montadoras na sua base, todas em São Bernardo do Campo: Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford e Scania, que juntas somam 35 mil metalúrgicos de um total de 105 mil. Na região são produzidos 55% de todos os caminhões fabricados no Brasil.