Nov 23, 2024

Após 11 mortes em 2012, Petrobrás se recusa a apresentar balanço das práticas de SMS para os trabalhadores. FUP discute saída do GT paritário de SMS

FUP

Nesta segunda-feira, 29, a FUP teve uma reunião decisiva com o Grupo Paritário de SMS. Após duas fatídicas semanas marcadas pela morte de um trabalhador na Rlam, devido à exposição ao benzeno e, outro, vítima de acidente fatal na construção da P-55, no RS, mais dois petroleiros passaram a fazer parte do quadro de estatísticas de mortes por acidentes de trabalho na Petrobrás. Os representantes da Federação foram diretos ao cobrar da empresa uma avaliação do atual quadro de SMS da companhia, que ao passar dos anos, só comprova a máxima afirmada pela FUP, de que não existe interesse da Petrobrás em mudar a política de SMS da empresa. A prova disso, é que na reunião de hoje, os representantes da Petrobrás se recusaram a apresentar a avaliação das práticas de (in)segurança da companhia e as impressões tiradas da visita feita à petrolífera norueguesa, Statoil, em agosto deste ano. Mesmo após dois meses e meio após viagem à Noruega, a Petrobrás ainda não sabe, ou não quer saber, quais são as práticas de segurança semelhantes as da Statoil, que devem ser implementadas aqui. A FUP também voltou a tocar na incansável tecla de subnotificações de acidentes, que na Petrobrás, tornou-se uma prática absolutamente normal.

Diante deste e outros fatos que comprovam a inércia e o desinteresse da empresa em avançar, de fato, nos trabalhos do Grupo Paritário de SMS, que se reúne desde setembro do ano passado, a FUP resolveu se retirar da reunião e discutir com a direção colegiada da Federação a possibilidade de interromper a continuidade das reuniões do GT.

Para os representantes da Federação, os debates sobre mudanças na política de SMS para os trabalhadores do Sistema Petrobrás é de extrema importância, mas não pode ser uma via de mão única, por isso, a FUP não vai aceitar que a empresa utilize o GT para dizer que está discutindo com os trabalhadores, melhores práticas de saúde e segurança. A falta de vontade política de mudar a sua política de SMS escancara a máxima que permeia grande parte do corpo gerencial da companhia, de que a morte faz parte do negócio.

Incêndios

Nas mesmas semanas em que houve duas mortes no Sistema Petrobrás, também ocorreram dois incêndios na Estação de Rio Pardo. O acidente ocorreu no Sistema OSPLAN, responsável por transferir produtos processados leves como dieesel, gasolina, nafta e QAV, que abastecem as refinarias do Sistema Petrobrás. Felizmente, os incêndios não causaram vítimas fatais.

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