Após reunião com a Petrobrás e subsidiárias na manhã desta segunda-feira, 16, a FUP e seus sindicatos realizaram um novo Conselho Deliberativo (CD) para avaliar as novas propostas apresentadas pela Transpetro, TBG, PBio e Ansa. Desde a realização do último CD, no dia 06 de dezembro, a FUP tem buscado melhorias nos valores da remuneração variável e nas condições propostas no dia 03 de dezembro. A FUP e a FNP chegaram a indicar a rejeição do que havia sido apresentado e a aprovação de estado de greve, o que foi fundamental para chegar a uma nova proposta nesta segunda.
Com a força do indicativo do último Conselho Deliberativo, a FUP conseguiu reduzir as desigualdades no pagamento total da remuneração variável, tanto em relação à holding, quanto entre os trabalhadores com e sem função gratificada, garantindo uma relação piso e teto mais justa e um abono linear para os trabalhadores da Fafen-PR, referente a 2024.
Além disso, a Petrobrás e as subsidiárias concordaram com o pleito de formação de uma comissão de negociação em 2025 para buscar o retorno de uma PLR com base no resultado de todo o Sistema Petrobrás. O objetivo da FUP é garantir nessa comissão um encaminhamento que viabilize o retorno do conceito de lucro do Sistema, e, com isso, promover a isonomia esperada por toda a categoria.
As propostas conquistadas demonstram a força da unidade da categoria petroleira por uma distribuição mais justa do lucro e dos resultados que são construídos coletivamente. Trata-se do maior montante de remuneração variável a ser apropriado pelos trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás. Só na holding, o montante da PLR somado ao do PRD/PPP em 2024 deverá representar 6,44% do lucro líquido, com piso 70,8% maior que o de 2023 e 416,1% superior ao de 2022.
A negociação coletiva garantiu ainda uma redução significativa da diferença entre o piso e o teto dos valores a serem pagos como remuneração variável (PLR + PRD/PPP), que ficará em 11,4 vezes em 2024 e em 10,4 vezes em 2025. Mesmo ainda sendo um valor alto, a relação piso/teto caiu de forma expressiva, principalmente se comparada ao governo Bolsonaro, quando a diferença entre o maior e o menor valor pago ultrapassou 47 vezes.
Diante desses avanços, o Conselho Deliberativo da FUP está indicando a aprovação da proposta de PLR apresentada pela Petrobrás no dia 25 de novembro e as novas propostas apresentadas pelas subsidiárias nesta segunda, 16/12.
As direções sindicais entendem que, para além das expressivas conquistas financeiras garantidas nesta campanha de PLR, houve avanços também no amadurecimento do processo de negociação para construção de uma política de remuneração variável mais igualitária e que atenda a todo o Sistema Petrobrás.
A garantia de uma comissão para discutir a volta de um regramento da PLR que leve em conta os resultados de todas as empresas foi uma conquista que fortalecerá a luta da categoria pela integração do Sistema, com impactos também em outras negociações. Em 2025, os trabalhadores e as trabalhadoras petroleiras terão embates estruturantes no primeiro semestre que serão fundamentais para o fortalecimento do Sistema Petrobrás, como o plano de cargos e salários, a recomposição de efetivos e as condições de saúde e segurança. Soma-se a isso, a negociação do novo Acordo Coletivo de Trabalho, no segundo semestre.
O Conselho Deliberativo da FUP ressaltou o peso da negociação coletiva nos avanços conquistados e enfatizou a importância da organização sindical petroleira nesse processo, pois só com um sindicato forte foi possível avançar na negociação da PLR, influenciando, inclusive, na redução das desigualdades do PRD/PPP.