A lógica do absurdo prevalece na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar/Petrobrás) quando se trata de efetivo próprio. Comumente os trabalhadores são “convidados” a estenderem suas jornadas. Também são corriqueiros os casos de empregados trabalharem consecutivamente por 7 dias ou até mais. Há ainda exemplos mais raros de trabalho por cerca de 20 dias seguidos, por opção do trabalhador, é verdade, mas com a conivência da gestão.
O problema é tão grave que o efetivo atual da Repar está abaixo do mínimo estabelecido no estudo feito pela própria empresa, o fatídico O&M (Organização & Método), cuja metodologia e resultados são questionados pelo Sindicato até hoje.
A escassez de pessoal tem gerado sobrecar ga de trabalho e coloca em risco a saúde e a segurança dos trabalhadores, além da operação da refinaria.
No início do ano chegaram na Repar 29 operadores oriundos do concurso de Búzios. Porém, desde então já saíram outros 33 através do Programa de Demissão Voluntária (PDV). Além disso, até 2026, estima-se que mais 40 operadores deixarão a refinaria por motivo de aposentadoria.
Já para a área de manutenção elétrica vieram 5 trabalhadores do mesmo concurso para atuar na Repar, mas todos já deixaram a refinaria, agravando ainda mais o déficit de pessoal.
No último concurso para nível médio, realizado pela Petrobrás, foram aprovados 6.412 candidatos, divididos em 16 cargos diferentes. Para a área de operações no Sul do Brasil, havia uma previsão de 154 vagas, mas, até o momento, apenas 46 operadores foram convocados, dos quais somente 7 foram designados para a Repar. Esses números estão muito abaixo do necessário para atender à crescente demanda e garantir um ambiente de trabalho seguro.
A carência de pessoal não se limita aos operadores. No caso dos técnicos de segurança foram aprovados 70 profissionais para a região sul, entre contratação imediata e formação de cadastro de reserva, mas informações extraoficiais indicam que apenas 12 serão convocados para a Repar, quando o esperado seria 35.
O Sindipetro Paraná e Santa Catarina, junto com a FUP, têm cobrado insistentemente da gestão da Petrobras soluções para o problema. Na última rodada de assembleias, a categoria aprovou a pauta unitária de SMS, a qual contém o item de reposição imediata do efetivo, com convocação da totalidade do cadastro de reserva dos concursos vigentes, para atender as demandas de trabalho com a segurança adequada.
A urgência não é à toa. O problema da falta de efetivo é grave e a formação de novos operadores leva cerca de um ano até que estejam aptos a atuar plenamente na área.
A situação na Repar é um reflexo do descaso com a reposição de efetivo em diversas unidades da Petrobrás. A luta do Sindicato é para que os trabalhadores sejam ouvidos e que a empresa cumpra seu papel de garantir um ambiente seguro para todos.
Sindipetro PR/SC