A Petrobrás completa 71 anos em pleno processo de reconstrução, após ter sido dilapidada nos governos Temer e Bolsonaro. É importante reconhecer os avanços ocorridos em menos de dois anos de mudança na conjuntura política do nosso país. Esse 03 de outubro de 2024, portanto, é dia de celebrar as conquistas e de renovar o compromisso com as lutas coletivas que nos trouxeram até aqui.
Ao longo deste ano, comemoramos a volta de mais de 200 trabalhadores da Fafen Paraná e o início do processo de desibernação da fábrica; o anúncio de investimentos robustos para ampliação e modernização da Repar; a inauguração do Complexo de Energias Boaventura, nas instalações do antigo Comperj; a retomada das obras do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima; as primeiras licitações públicas do programa de renovação e ampliação da frota própria da Transpetro; retomada dos investimentos na Bahia; estudos para descarbonização da Lubnor; o lançamento do Programa Autonomia e Renda, para capacitação de cerca de 20 mil alunos em vários estados do país; entre outras medidas de reconstrução da nossa empresa.
Cada uma dessas conquistas merece, sim, ser celebrada, pois são resultado da luta das trabalhadoras e dos trabalhadores petroleiros, que resistiram ao desmonte do Sistema Petrobrás, que fizeram greves contra as demissões e privatizações, que enfrentaram de cabeça erguida a tentativa de desmoralização da imagem da nossa empresa e de criminalização da categoria.
No entanto, ainda há muito o que conquistar. Seguimos lutando para que a Petrobrás volte a atuar como uma empresa totalmente integrada e que seja fortalecida para realizar a transição energética de forma justa e inclusiva, a partir dos recursos do gás e do petróleo. Essa é uma luta que passa necessariamente pela reestatização das refinarias que foram privatizadas, um crime lesa-pátria que tanto prejudicou estados, municípios e o consumidor brasileiro.
A FUP e seus sindicatos seguirão lutando, dia e noite, pela retomada de todos os ativos do Sistema Petrobrás que foram vendidos, arrendados ou hibernados. Jamais esqueceremos os efeitos nefastos das demissões de milhares de trabalhadores e trabalhadoras pelo país afora, das transferências compulsórias que desmantelaram famílias, dos ataques aos planos de previdência e de saúde da categoria. O desmonte não foi só do patrimônio da estatal, mas também dos direitos dos trabalhadores, aposentados e pensionistas, que dedicaram suas vidas à Petrobrás. Isso tudo causou danos irreversíveis na saúde mental de inúmeros companheiros. Muitos não resistiram à pressão e aos assédios, atentando contra as suas vidas.
A luta pela reconstrução e pelo fortalecimento da integração do Sistema Petrobrás é, portanto, uma luta sem trégua. Uma luta que travamos diariamente nas unidades operacionais e nos escritórios, cobrando melhores condições de saúde, segurança e trabalho para todos. Uma luta que é feita nas comunidades que dependem dos investimentos da Petrobrás; nos setores produtivos que geram emprego e renda, movimentados pela estatal; nas casas de cada brasileiro e brasileira que são impactados pelos preços dos combustíveis.
Luta e resistência, portanto, mais do que palavras de ordem, são questão de sobrevivência para a categoria petroleira. Esse é o sentimento que pulsa no peito de cada brasileiro e de cada brasileira que vestem com orgulho o jaleco de petroleiro, mesmo que não sejam trabalhadores da Petrobrás.
A empresa nasceu das lutas populares na campanha “O Petróleo é nosso” e foi com muita luta que ela se manteve de pé ao longo dessa última década. Sobreviveu à campanha nefasta da Lava Jato e às privatizações que quase a destruíram, após o golpe de 2016.
Esse 03 de outubro, portanto, é dia de celebrar a reconstrução do Sistema Petrobrás, mas, acima de tudo é um dia de luta. Luta em defesa do patrimônio público. Luta em defesa do desenvolvimento nacional. Luta em defesa da nossa soberania. Luta em defesa da classe trabalhadora que orgulhosamente mantém de pé a maior empresa do Brasil.
FUP