Representantes da FUP e do Sistema Petrobrás deram início ao calendário de reuniões das Comissões de Negociação Permanente previstas no Acordo Coletivo de Trabalho 2023/2025. A primeira reunião, realizada na tarde desta quarta-feira, 21, foi a da Comissão de Frequência, Regime de Trabalho e Teletrabalho.
A negociação foi precedida por um pronunciamento da gerente executiva de Recursos Humanos da Petrobrás, Lilian Maria Soncin, que anunciou mudança na Gerência de Relações Sindicais. A atual gerente, Antonieta Gontijo Vieira, deixará o cargo e ocupará a Gerência Geral de Benefícios, Remuneração e Operações de RH. Em seu lugar, assumirá Cristovão Liberato Monteiro.
A diretora da FUP, Miriam Cabreira, deu as boas-vindas ao novo gerente de Relações Sindicais, reforçando a necessidade da empresa priorizar o debate constante com as representações sindicais na reconstrução de um ambiente de trabalho saudável e com qualidade de vida para que a Petrobrás volte a ser a empresa dos sonhos dos jovens brasileiros.
Os representantes da Petrobrás abriram a reunião fazendo uma prestação de contas da implementação do que foi acordado no ACT referente às cláusulas de regime, frequência e teletrabalho. Veja abaixo:
A Petrobrás informou que já implantou o teletrabalho integral para todos os trabalhadores que são PCD, com filhos PCD e com restrições de saúde, conforme interesse do empregado. Segundo a empresa, 1.155 trabalhadoras e trabalhadores foram beneficiados por essa que foi uma das principais conquistas da categoria no Acordo Coletivo.
A empresa também anunciou que está sendo creditado esta semana, na folha de fevereiro, o complemento referente à diferença do cálculo do repouso semanal remunerado (RSR), corrigindo, assim, o pagamento do reflexo das horas extras quitadas via banco de horas.
Já em relação à Hora Extra Interjornada, o RH informou que o pagamento será feito em março, devido a problemas identificados no sistema que impossibilitaram que o crédito fosse realizado na folha de fevereiro (veja abaixo o documento da empresa).
A FUP lembrou que a Petrobrás assumiu o compromisso durante a negociação do Acordo Coletivo de atuar para não gerar mais “saldo AF”. No entanto, essa prática ainda permanece, contrariando o que foi acordado com a categoria. Há várias unidades cujas gerências continuam convocando os trabalhadores de regime especial a trabalhares no período de folga do retorno de férias, sem remunerar os dias trabalhados como hora extra.
Isso tem se repetido, por exemplo, na Termobahia e nas plataformas. Na Reduc, há vários casos de impedimento de agendamento de férias em determinado período que antes era permitido.
A FUP ressaltou ainda que há árias dúvidas da categoria em relação à aplicação do código “Retorno de Férias” que precisam de um regramento, como, por exemplo, como proceder quando o empregado for trabalhar na folga subsequente às férias.
Outra questão abordada é de como a empresa irá corrigir distorções geradas durante o processo em que o “saldo AF” foi zerado (31/08/2023). Há vários trabalhadores questionando que o saldo de horas ficou desbalanceado em função da posição na escala.
As representações sindicais cobraram a revisão imediata dos padrões internos da empresa, de modo a adequá-los ao Acordo Coletivo, ressaltando o quanto esse tema é extremamente sensível para a categoria.
A Petrobrás concordou em realizar uma reunião específica em março, para tratar ponto a ponto essas questões.
Foi cobrado da Petrobrás o cumprimento da jornada do regime administrativo dos trabalhadores que precisam fazer embarques eventuais. Esses empegados estão sendo prejudicados quando desembarcam na quinta ou sexta e começam novo ciclo no administrativo devendo à empresa, devido ao apontamento errôneo do sábado e domingo.
O RH se comprometeu a estudar os ajustes necessários e se comprometeu a informar às representações sindicais as novas orientações em relação a esta demanda.
A FUP cobrou que o RH avalie a possibilidade de revisão das médias do tempo de troca de turno das unidades cujas tabelas estão desatualizadas, o que vem gerando problemas sistemáticos para os trabalhadores. As representações sindicais enfatizaram a importância desse tema, pois o tempo adequado da troca de turno impacta diretamente na segurança.
Foi cobrada uma solução imediata para os trabalhadores do turno da Recap, que estão sendo prejudicados devido a não implementação da mudança do local de marcação de ponto. A unidade alega que aguarda a construção de um novo local, mas existem outras alternativas até que a obra seja realizada.
A Petrobrás informou que irá buscar uma solução com a Recap e manterá os trabalhadores e as entidades sindicais informadas.
A FUP denunciou o assédio sofrido pelos trabalhadores do OSBRA, que estão sendo proibidos de aderirem ao teletrabalho, sendo, inclusive, pressionados a sequer solicitarem no sistema. Os dirigentes sindicais ressaltaram que a falta de um regramento do teletrabalho negociado com os sindicatos acaba abrindo brechas para que alguns gerentes pressionem os trabalhadores.
A representante do RH da Transpetro ficou de analisar o caso e responder à FUP e ao Sindipetro SP, que representa os trabalhadores do OSBRA. A Petrobrás propôs uma discussão mais ampla sobre o teletrabalho na próxima reunião da Comissão.
FUP