Apr 29, 2024

Luta histórica da categoria petroleira, reestatização das refinarias ganha força com a retomada do controle da RLAM pela Petrobrás

FUP quer retorno dos trabalhadores transferidos e investigação da venda lesiva da refinaria baiana

[Da imprensa da FUP]

A Petrobrás deve retomar o controle da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) ainda neste primeiro semestre, segundo informações divulgadas pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates. Ele informou que o processo será feito em parceria com o Fundo de Investimentos Mubadala, dos Emirados Árabes, que adquiriu a refinaria baiana na questionável privatização realizada pelo governo Bolsonaro.

O anúncio foi feito esta semana, durante visita aos Emirados Árabes, onde o presidente da Petrobrás reuniu-se com os executivos do fundo Mubadala, com quem vem “conversando desde o início do ano passado (…) e com cuja equipe gerencial e técnica temos trabalhado há meses para construir uma parceria que visa recuperar a operação da Refinaria Landulpho Alves – Mataripe (RLAM), na Bahia”, como relatou em suas redes sociais, no dia 13 de fevereiro.

“Acertamos que nossas equipes intensificarão os trabalhos logo após a volta dos feriados de Carnaval com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024. Demais detalhes e andamentos atuais serão mantidos sob confidencialidade até a finalização do processo”, revelou Jean Paul Prates.

A RLAM foi privatizada em dezembro de 2021, quando passou a ser controlada pela Acelen, empresa do grupo árabe. Para a FUP e seus sindicatos, foi um crime de lesa-pátria, que está sendo questionado na justiça por conta da inconstitucionalidade da venda aos pedaços da Petrobrás, do valor abaixo da referência do mercado e dos impactos econômicos e sociais da privatização.

A retomada da refinaria baiana é resultado da intensa luta da categoria petroleira pela reconstrução do Sistema Petrobrás. “É muito importante, pois temos o resgate do que foi privatizado no governo Bolsonaro, de uma forma que, a nosso ver, foi ilegal, inconstitucional. Esperávamos que a reversão desse processo se desse por uma decisão da suprema corte brasileira, o que até agora não aconteceu, infelizmente. Temos, portanto, essa outra oportunidade de retomarmos a nossa refinaria através dessa negociação internacional entre a Petrobrás e o fundo Mubadala”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, em entrevista à Radio A Tarde. 

 

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