No ano em que a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, completa 10 anos de operação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu a largada nas obras de ampliação e modernização da unidade. Ao lado do presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, e de representantes dos trabalhadores, ele comemorou a retomada das obras do trem 2, que foram paralisadas durante a operação Lava Jato.
A refinaria, que chegou a ser colocada à venda no governo Bolsonaro, tem capacidade para transformar 70% do petróleo processado em diesel e as obras de ampliação e modernização do primeiro trem e de construção do trem 2 transformarão a unidade na segunda maior refinaria do Brasil e na principal produtora de diesel renovável, 100% de origem vegetal.
Segundo a Petrobrás, a capacidade de processamento dobrará, saltando dos atuais 115 mil barris diários para 260 mil. A estimativa é de que sejam investidos de 6 a 8 bilhões de reais nas obras, gerando 30 mil empregos diretos e indiretos.
“Esse é um dia histórico, é um dia muito importante para Pernambuco, muito importante para a Petrobrás e muito importante para o povo brasileiro e para mim”, declarou o presidente Lula, bastante emocionado. Ele explicou que o seu primeiro ano de governo foi de arrumar a casa, “foi o ano de limpar o terreno e plantar coisas novas, esse ano é o ano da colheita e o primeiro fruto que estamos colhendo é a operação da Rnest”, afirmou.
É preciso saber quanto dinheiro esse país perdeu nesses dez anos de atraso dessa empresa, quanto salário deixou de ser pago, quanto que esse pais perdeu em competição tecnológica”, afirmou, mandando o recado para o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates: “você tem que descobrir cada funcionário que foi demitido daqui e traga ele de volta pra cá… o nosso lema é ninguém solta a mão de ninguém e ninguém deixa um companheiro para trás”.
Durante a cerimônia, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, fez um pronunciamento em nome dos trabalhadores e dividiu a fala com o presidente do Sindipetro PE/PB, Sinésio Pontes, que homenageou o petroleiro Luiz Lourenzon, ex-diretor da FUP e ex-presidente do Sindicato, que faleceu em 20 de abril de 2023.
“Estamos vendo aqui a realização de um sonho, que tentou ser destruído pela operação Lava Jato e que teve, infelizmente, o apoio de alguns brasileiros e brasileiras. Essa obra ficou paralisada por anos, um crime contra a nossa Petrobrás, um crime contra o Brasil e, com certeza, os que cometeram esse crime e outros crimes, inclusive contra o presidente Lula, pagarão por isso”, declarou Bacelar.
O coordenador da FUP lembrou que esse sonho só está sendo realizado agora “porque houve muita luta, principalmente dos trabalhadores e trabalhadoras, que fizeram atos, paralisações e greves”, destacando a segunda maior greve da história da categoria petroleira, em fevereiro de 2020, quando ele e outras lideranças ocuparam a sede da Petrobrás e a categoria paralisou as atividades em todo o Brasil por 21 dias.
“Sem dúvida alguma, é motivo de nós trabalhadores e trabalhadoras, comemorarmos a volta dessa grande refinaria”, afirmou Deyvid, ressaltando que a categoria petroleira tem perspectivas importantes a partir da ampliação e modernização da Refinaria Abreu e Lima, lembrando que há outras refinarias importantes do Nordeste que precisam ser recuperadas pela Petrobrás, como a Rlam (Bahia) e a Refinaria Clara Camarão (RN), que foram privatizadas no governo Bolsonaro, e a Lubnor (CE), cuja venda foi cancelada.
O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, destacou em sua fala que a Abreu e Lima é o retrato da superação, “é a refinaria da volta por cima, do grau máximo de resiliência, de resistência, de capacidade de superação”. Ele frisou que a unidade será fundamental para a transição energética, “uma refinaria do futuro, que vai produzir diesel renovável a 100% de origem vegetal”.
FUP