A proposta apresentada pela Petrobrás representa aumento real entre 0,9% e 1,2%, ou seja, um desrespeito aos trabalhadores que se arriscam cotidianamente para fazer da empresa a principal locomotiva da economia do país. Além de não atender à reivindicação dos petroleiros, o índice proposto pela Petrobrás está aquém do que tem sido conquistado por outras categorias.
97% das categorias com ganhos reais
Estudo do Dieese baseado em 370 negociações coletivas do primeiro semestre deste ano apontou que 97% das categorias conquistaram reajustes que, em média, representaram 2,23% de aumento real acima do INPC. Segundo o Dieese, foi o melhor resultado das negociações salariais desde 1996.
Crise não justifica
Nada justifica os 6,5% na RMNR propostos pela Petrobrás. Usar a crise econômica internacional como desculpa não cola, muito menos os resultados temporariamente negativos da empresa alardeados pela mídia. Sabemos que essa é uma disputa política. A estimativa para o terceiro trimestre é de que os números voltem a refletir os resultados dos anos anteriores.
A Petrobrás só faz crescer e já é uma das maiores potências do setor energético mundial. Tudo isso graças à competência e aos esforços de seus trabalhadores. Portanto, além de um ganho real condizente com a importância do trabalho que realizam, os petroleiros exigem que essa campanha salarial estabeleça também regras democráticas e justas para o pagamento e distribuição das PLRs.
A greve de 24 horas na quarta-feira, 26, será de advertência. Na sexta-feira, 28, o Conselho Deliberativo da FUP volta a se reunir para discutir um calendário de luta mais contundente. Bancários e trabalhadores dos Correios já estão em greve em todo o país. Portanto, se a Petrobrás não apresentar uma proposta que contemple, os petroleiros serão a próxima categoria a cruzar os braços.