O ex-ministro de Minas e Energia do governo de Jair Bolsonaro (PL), Adolfo Sachsida, confirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que a Petrobrás seria vendida em até um ano e meio, caso Bolsonaro fosse reeleito.
Sachsida diz que a venda da Petrobrás começou a ser estudada em meio à discussão da alta dos preços dos combustíveis, em meados de maio do ano passado. Sob o falso argumento de que seria a única saída pra baixar os preços, Sachsida usa a falácia da competição de mercado para justificar a privatização da estatal. “Ele falou prontamente: ‘vai adiante’. Eu perguntei: ‘tenho o seu okay?’. Ele afirmou: ‘tem’.
O ex-ministro deixa claro que Bolsonaro estava ciente do entreguismo da estatal: “Eu quero saber se eu posso falar que nós vamos iniciar os estudos para a privatização da Petrobras”. Aí, ele respondeu: ‘Pode fazer e vamos em frente’. “Pelo entendimento que eu tive com ele até o fim do governo, tinha sinal verde para tocar a privatização da Petrobrás. Tanto é que ela foi tocada. Não foi só da boca para fora”.
A luta e a resistência não foram em vão
Com a vitória do Governo Lula, a Petrobrás retorna ao seu papel de protagonista. No dia 02 de janeiro deste ano, Lula revogou os atos de Bolsonaro que davam andamento às privatizações de diversas estatais, entre as quais a Petrobrás. Em diversos momentos, o presidente deixou clara a nova abordagem em relação à empresa: “Nós não vamos vender mais nada da Petrobrás, vamos tentar fazer com que a Petrobrás possa ter a gasolina mais barata, o óleo diesel mais barato”.
Uma das ações do governo foi abrasileirar o preço dos combustíveis, com o fim da política de paridade de importação (PPI), comercializados nas refinarias. Para o atual ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a estratégia, “além de servir a uma política comercial adequada, que é competir internamente e tornar os preços mais atrativos para o consumidor, vai diminuir o impacto na inflação”.
A retomada da Petrobrás não para por aí. Enquanto refinarias privadas reduzem produção de gasolina, a Petrobrás aumentou em 6,4% o refino para produção de combustíveis e outros derivados de petróleo, segundo a ANP. Em maio, a estatal atingiu a marca de 95% de utilização da sua capacidade de produção de combustíveis, esses números não eram alcançados desde julho de 2015.
Protagonismo mundial
Além disso, a Petrobrás estuda investir em projetos de transição energética em parceria com outras empresas no exterior, como parte da estratégia adotada pela nova gestão, que visa reduzir sua exposição ao setor de petróleo e gás. Em nota no site da estatal, publicado no dia 12 de maio, a direção da empresa deixa claro o objetivo: “O Brasil tem todas as condições para ser protagonista global da transição energética por ter uma produção de petróleo e gás de baixo custo e baixas emissões; por já ter uma matriz de energia limpa; e por reunir recursos naturais essenciais para produção de energias renováveis”.
Se no governo anterior, os argumentos para vender a Petrobrás eram cheios de mentira e má fé, o atual governo mostrou que é possível buscar alternativas para o fortalecimento da empresa e a redução nos preços dos combustíveis. Um papel que a categoria petroleira soube exercer muito bem nesses últimos, enquanto fazia a defesa e a luta pela soberania nacional. Sempre ecoando em seu grito de guerra: “Defender a Petrobrás, é defender o Brasil”