Mar 28, 2024

Sindipetro-RS participa de Grande Expediente da ALRS

Dois dias após diversos países celebrarem o 1º de Maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, o deputado estadual Miguel Rossetto (PT) prestou uma homenagem às trabalhadoras e trabalhadores brasileiros no Grande Expediente desta quarta-feira (3) no Plenário 20 de Setembro da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Foi a primeira vez que o petista ocupou o espaço, que antecede às sessões plenárias e é destinado a reflexões políticas e homenagens. “Direitos, igualdade, democracia, dignidade, liberdade. Esta é a pauta da classe trabalhadora. É tudo que lhes foi negado em séculos de história. É o que lhes é negado a cada dia, em cada comunidade e toda vez que um trabalhador e ou uma trabalhadora é desrespeitada e humilhada”, declarou Rossetto ao justificar a homenagem.  

Acompanhado por diversos nomes do sindicalismo gaúcho, que compuseram a mesa dos trabalhos da Assembleia, o parlamentar discorreu a história do trabalho no Brasil, da escravidão aos retrocessos e à supressão de direitos nos últimos anos.

Mundo do trabalho marcado pela violência, mortes e exploração

“Durante a maior parte da nossa existência como País, o mundo do trabalho foi marcado pela violência, mortes e exploração inimagináveis, atingindo profundamente a alma do nosso povo e também a constituição da elite brasileira”, apontou.

Ex-sindicalista da CUT, Rossetto lembrou que foi a partir da década de 1930, com o presidente Getúlio Vargas, que a legislação trabalhista começou a emergir no país, beneficiando a classe trabalhadora. É o caso da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que completoou 80 anos neste 1º de Maio.

Durante a ditadura militar, rememorou, a organização do trabalho foi combatida com “mão de ferro”. A urbanização acelerada e a industrialização do Brasil promoveram, no entanto, o surgimento de uma nova classe trabalhadora e com ela novos líderes, como Lula, Jacó Bittar e Olívio Dutra, na década de 1980.

Sobre o atual panorama das relações trabalhistas, o deputado sustentou que o Brasil sofreu, nos últimos anos, uma forte reação, concretizada nas reformas trabalhista e previdenciária, às conquistas obtidas nos governos de Lula. A primeira, segundo ele, prometeu empregos, mas gerou baixos salários e precarização, e a outra, impede a aposentadoria de milhões de brasileiros.

40 milhões na informalidade, sem direitos trabalhistas e sem previdência

“Hoje temos quase 40 milhões de pessoas na informalidade, sem direitos trabalhistas e sem previdência. Mais de 38% da força de trabalho está nesta condição de abandono”, contabilizou, sem levar em consideração os mais de 27 milhões de trabalhadores autônomos, situação que, muitas vezes, disfarça a terceirização.

O impacto da desestruturação do trabalho, segundo Rossetto, é sentido na renda e na desigualdade. No ano passado, por exemplo, a média dos salários no Brasil caiu 7%, enquanto o ganho dos acionistas das empresas cresceu 24%.

“Os acionistas brasileiros receberam no ano passado R$ 34 bilhões, o mesmo valor que os trabalhadores e trabalhadoras tiveram de cortes em seus salários. Para juntar a injúria à ofensa, o Brasil é um dos poucos países do mundo que não cobra imposto dos dividendos dos acionistas, mas cobra dos salários minguados de sua força de trabalho”, criticou.

Com informações, CUT-RS

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