A Federação Única dos Petroleiros apresentou para a gerência de Planejamento Estratégico da Petrobrás o diagnóstico realizado pelo DIEESE e INEEP do Plano Estratégico 2023-2027 e também as propostas de diretrizes, assim como as perspectivas para o futuro da empresa, nesta quarta-feira, 26.
De acordo com o estudo apresentado, OPE2023-27 preserva elementos estruturais da “virada corporativa” iniciada em 2016 com o golpe do governo Temer. Como o foco industrial centrado no E&P e a maximização da geração de valor e distribuição do valor gerado a seus acionistas, principal público-alvo da companhia no curto prazo.
O plano também reitera o amplo processo de desinvestimentos, com venda de ativos lucrativos e estratégicos e a agressiva política de preços de paridade de importação (PPI), que penalizou os consumidores brasileiros com explosão dos preços dos derivados no mercado interno.
Em relação a Transição Energética, o PE prevê uma “diversificação rentável” de seus projetos. Em outras palavras, ao darem fase no E&P, a companhia restringe os investimentos em projetos de descarbonização e mitigação de emissões, em vez de desenvolver novas fontes de energia e se inserir de forma ativa no processo de Transição Energética e Justa.
A FUP pediu que a Gestão realize a imediata revisão do Plano Estratégico 2023-27, em particular referente aos seguintes temas:
a. Resgate da integração vertical da empresa, com atuação em todo território nacional e priorizando a política de conteúdo local;
b. Revisão da atual política de preços, orientando-se pelos custos produtivos da empresa e sustentabilidade da indústria, e não só pelos preços internacionais;
c. Revisão dos parâmetros de distribuição de remuneração a seus acionistas;
d. Paralisação, revisão e reversão de todos os processos de venda de ativos (privatização);
e. Retomada de uma política exploratória ativa e própria (mar e terra), com expansão para novas áreas e respeito ao meio ambiente;
f. Expansão e aprimoramento do parque de refino, com o bjetivo de garantir preços justos de derivados e o abastecimento do país;
g. Ampliação dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação para promoção da Transição Energética Justa, privilegiando as parcerias com as universidades públicas brasileiras, bem como a retomada dos investimentos na Universidade Petrobrás;
h. Descarbonização das atividades da companhia;
i. Atuação estratégica e posição de liderança da companhia na geração de energia através de fontes renováveis, em especial, nos segmentos eólicos, fotovoltaico e hidrogênio verde, priorizando arranjos produtivos locais e de pequenos agricultores;
j. Revitalização do programa de biocombustíveis, com preservação da Pbio–Petrobrás Biocombustíveis;
k. Retomada dos investimentos nos segmentos de Fertilizantes, Petroquímica, Logística e Comercialização;
Além disso, a proposta da FUP aponta para a necessidade de revisão do horizonte temporal do processo de planejamento da Petrobrás, assim como a retomada da construção de planos estratégicos de longo prazo e planos de negócios quinquenais.
Desde 2016 a empresa vem diminuindo seu quadro de empregados e aumentando o foco em pagamento de dividendos aos seus acionistas. Ao diminuir os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a Petrobrás refuta desafios do presente e esquiva-se de compromissos com o futuro.
A gerência de Planejamento Estratégico foi receptiva às propostas apresentadas pela FUP e ressaltou a importância dos representantes da categoria acompanharem o trabalho e sua execução, ajudando a traçar melhor os planos tendo em vista sua expertise junto aos trabalhadores das bases. Desta maneira, a FUP estará presente participando ativamente dos Grupos de Trabalhos, como foi acordado na reunião desta segunda-feira com a diretoria de Relações Institucionais e o RH da Petrobrás.
FUP