Mesmo após deixarem a diretoria da Petrobrás, os gestores bolsonaristas ainda criam problemas para os trabalhadores, ativos, aposentados e pensionistas.
Não bastassem as dificuldades que a categoria enfrenta na luta contra os equacionamentos dos PPSPs e os descontos abusivos da AMS, antes de deixarem a direção da Petrobrás, a gestão bolsonarista aprovou o reajuste do plano de saúde, à revelia de toda as discussões feitas ao longo de seis reuniões do GT da AMS.
Em documento enviado às direções da FUP e dos sindicatos, a gerência RH da Petrobrás informa que a empresa reajustará a tabela do Grande Risco em 13,57%, de forma retroativa a 01/03/2023. Veja no final da matéria o documento da empresa e a resposta da FUP.
Conforme compromisso assumido com a categoria, no Acordo Coletivo de Trabalho, a Petrobrás implementou em fevereiro o GT para buscar uma alternativa ao VCMH, discutida em conjunto com os representantes da FUP.
O índice de reajuste de 23%, que seria aplicado na tabela do Grande Risco em março, chegou a ser suspenso após cobrança da FUP ao novo presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates.
O compromisso da presidência da empresa foi que a suspensão seria mantida até que GT concluísse qual seria o índice de reajuste que substituiria o VCMH.
No entanto, antes de deixar a direção da Petrobrás, esses gestores bolsonaristas decidiram que o reajuste da tabela do Grande Risco será de 13,57 %, um percentual que, supostamente, manteria, ao final do ano, a relação de custeio da AMS, prevista no ACT 2022/2023, que é de 60% (empresa) e 40% (trabalhadores).
“É uma conta de chegada, uma suposição da empresa, pois só saberemos no final do ano em quanto ficou a relação de custeio. É mais uma bomba-relógio que a antiga diretoria bolsonarista deixou para a categoria e que vamos buscar desarmar”, explica o diretor da FUP, Paulo César Martin.
Além disso, ele ressalta que o GT da AMS ainda está em andamento e, portanto, não pode ser atropelado por uma decisão da ex-diretoria, que não foi sequer encerrada no grupo de trabalho.
A diretoria da FUP continuará defendendo e buscando a efetiva implementação das propostas apresentadas no GT.
Os representantes sindicais propuseram como alternativa para o VCMH o IPCA Saúde, cujo acumulado nos últimos 12 meses é de 12,09%, a partir de abril, ou seja, sem retroatividade a março de 2023.
Além disso, os dirigentes da FUP cobraram, enfaticamente, a necessidade de um levantamento criterioso dos impactos na AMS das despesas com tratamentos de doenças e acidentes de trabalho, o que contraria o Acordo Coletivo.
Para os representantes da FUP, antes de definir o índice de reajuste, primeiro a empresa precisa expurgar essas despesas indevidas dos custos da AMS.
Essa medida é fundamental para reequilibrar as contas do benefício, o que, poderá, inclusive, resultar em superávit na relação de custeio da AMS.
A direção da FUP não aceita o reajuste unilateral imposto para o plano de saúde e irá tomar as medidas políticas e jurídicas necessárias, cobrando posicionamento também do presidente da Petrobrás e da nova diretoria da empresa.
Fonte: FUP