Mar 28, 2024

Prestes a deixar o CA da Petrobrás, indicados de Bolsonaro aprovam aumento de 43,8% para alta cúpula da empresa

A categoria petroleira recebeu com indignação o comunicado do Conselho de Administração da Petrobrás de que pretende reajustar em 43,8% os salários do alto escalão da empresa. Mais uma manobra dos gestores bolsonaristas que ainda seguem no comando da estatal.

O fato por sí só já é absurdo, pois representa um acréscimo de R$ 43 mil na remuneração mensal dos executivos. Quando se compara com a grande maioria dos trabalhadores brasileiros, que seguem com salários arrochados há anos, a proposta fica ainda mais vergonhosa.

No caso da categoria petroleira, os empregados da Petrobrás estão desde 2016 sem ganho real. Já os gastos com a folha de pagamento da diretoria da empresa subiram 182% entre 2013 e 2022, enquanto a inflação acumulada nesse período foi de 80,51%, segundo o INPC.

Gráfico: Dieese/FUP

A proposta de aumentar em mais 43,8% os salários da alta cúpula da empresa é imoral e foi aprovada no CA pelos indicados do governo Bolsonaro. Os mesmos que correm contra o tempo para privatizar os ativos que ainda não tiveram as vendas concluídas. Ambas as decisões serão submetidas à Assembleia Geral Ordinária dos acionistas, prevista para ocorrer no dia 27 de abril.

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“Entre 2016 e 2022, nós tivemos uma perda salarial de 3,8% em relação à inflação, sendo que em 2020 o reajuste foi zero, além da perda e redução de direitos. Isso sem falar nos diversos ataques que a categoria  está sofrendo no plano de saúde e na aposentadoria complementar. Tudo isso torna ainda mais revoltante essa tentativa dos gestores bolsonaristas se auto-concederem um aumento de quase 50%”, afirma Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.

“Em setembro, teremos nova negociação do nosso Acordo Coletivo, onde buscaremos a melhoria dos nossos benefícios e a rcomposiação das perdas salariais. Certamente o tratamento que teremos da parte dos acionistas não será tão generoso assim”, destaca.

Nota da FUP à imprensa

FUP é contra proposta de aumento de quase 44% da remuneração fixa dos administradores da Petrobrás

Nesta quinta-feira, 22, o Conselho de Administração (CA) da Petrobrás encaminhou aos acionistas da empresa uma proposta de reajuste de 43,8% na remuneração fixa dos administradores da companhia. A correção, que ainda será analisada pela Assembleia Geral dos Acionistas (AGO), é baseada no índice do INPC acumulado de 2013 a 2022 e, caso seja aprovada, representa cerca de R$ 43 mil de reajuste no salário da alta cúpula da empresa.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) entende que um aumento dessa magnitude, além de representar a enorme disparidade em relação a qualquer salário de funcionários de outras empresas públicas ou de economia mista, como é o caso da petrolífera, também ressalta a diferença de tratamento que o Conselho de Administração da empresa dá à categoria petroleira, que, desde 2016, encontra-se sem ganho real de salário.

Já a remuneração da diretoria da Petrobrás teve reajustes desde 2013. Segundo atas das assembleias dos acionistas, que aprovaram os valores, de 2013 a 2022, enquanto a inflação no período ficou em 80,51% (INPC), somente em “salário ou pró-labore” o montante pago subiu em 72%. Já o total gasto com os diretores (em salário, benefícios, remuneração variável, pós-emprego, quarentena e etc), subiu 182%, durante esse período.  Assim, o reajuste de 43,8%, se aprovado agora, vai ultrapassar em muito os reajustes obtidos por eles acima da inflação.

“Entre o ano de 2016 e 2022, nós tivemos uma perda salarial de 3,8% em relação à inflação, sendo que em 2020 o reajuste foi zero. Como se não bastasse, também nos tomaram direitos conquistados pela categoria nos acordos coletivos de trabalho (ACT) ao longo de anos. Neste ano teremos nova negociação de ACT para que a gente possa reaver benefícios e perdas salariais. Certamente o tratamento que teremos da parte dos acionistas não será tão generoso assim”, destaca Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.

Votação do CA

Os conselheiros que estão de saída da empresa votaram a favor do reajuste, enquanto os que seriam futuros beneficiados se abstiveram de votar: Jean Paul Prates, Rosângela Buzanelli, Marcelo Gasparino e Francisco Petros.

“Interessante que os votos a favor desse aumento absurdo tenham vindo de pessoas que estão no final de seu mandato. Parece que pretendem prejudicar a imagem do Prates, que assumiu há menos de 2 meses a presidência da empresa”, conclui Bacelar.

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