“Estão suspensas todas as transferências que seriam realizadas no Sistema Petrobrás desde o dia 26 de janeiro”, foi a confirmação oficial dada pelo RH da Petrobrás aos representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos, na reunião virtual que mantiveram na manhã desta quinta-feira (09/02). O objetivo do encontro foi ratificar a suspensão das transferências coercitivas, anúncio realizado pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates, na sexta-feira (03/02), em Natal-RN.
O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar abriu a reunião destacando a mudança na gestão da empresa: “Parabenizamos o presidente Jean Paul Prates por ter a iniciativa de se reunir com a FUP no primeiro dia, o que marca a clara diferença entre uma gestão popular, democrática e participativa, que dialoga com os trabalhadores e trabalhadoras, diferente da gestão de desmonte e desmantelamento que enfrentamos durante os últimos seis anos, onde o espaço negocial foi esvaziado, e o desrespeito às entidades sindicais era a regra”.
O objetivo da reunião foi tratar sobre a suspensão das transferências, um assunto que não pode ser tratado de forma local, mas nacional, e que deve ser discutido com base das diretrizes da nova gestão, que já confirmou que irá deter a política injusta e abusiva implementada pela gestão anterior sem nenhum diálogo com a categoria. Jairo Batista, coordenador do Sindipetro Bahia, afirmou que a gestão anterior “trabalhou com o assédio moral como ferramenta de gestão”: “eles impuseram um sistema no qual tiraram o orgulho dos trabalhadores de pertencer a empresa, trabalhadores que sempre viram a Petrobrás como muito mais do que sua empregadora, um instrumento a serviço do povo brasileiro. Esses trabalhadores voltarão a ter orgulho através de uma gestão humana, apegada ao que determina a constituição federal, e não gestores apegados a seus interesses particulares”.
A Federação Única dos Petroleiros reforça a necessidade de que sejam revistas as transferências realizadas contra a vontade dos trabalhadores, processo que a entidade vem denunciando de forma sistemática. A FUP apresentou duas propostas paliativas concretas. Em primeiro lugar, que as pessoas que já foram transferidas possam cumprir seus dias de trabalho presencial em unidades mais próximas das suas casas. Muitos desses trabalhadores vão da Bahia até o Rio de Janeiro, por exemplo, ou de outras regiões, para trabalhar desde seus computadores e falarem com seus gerentes, algo que poderiam fazer em qualquer unidade da Petrobrás, ou mesmo em casa. “Isso não faz sentido nem prático, nem social, nem econômico”, afirmou durante a reunião a diretora da FUP Cibele Vieira. Outra proposta apresentada pela federação foi a mudança de escala semanal para a mensal, tentando amenizar o impacto das viagens para esses trabalhadores e trabalhadoras.
No caso da RLAM, as transferências estão suspensas. Isto vale também para o Polo Potiguar e o Norte Capixaba. No caso da SIX, a empresa pretende alocar os trabalhadores na REPAR e manter nas unidades de pesquisa do CENPES e Mineração de São Mateus do Sul pessoas que estejam nos casos de excepcionalidades sociais e de saúde. No caso da P-50 (Albacora Leste): transferência dos trabalhadores para outras plataformas mantendo os embarques. Na Reman: transferência dos trabalhadores, no término do contrato de prestação de serviço com a ATEM, para o Pólo de Urucu, Margem Equatorial e EDIMAN
As propostas apresentadas pela FUP na reunião são as seguintes:
– Suspensão das transferências coercitivas/compulsórias/involuntárias que estão em andamento (pessoas que ainda estão em hotéis, que estão sem compor efetivo nos locais para onde foram transferidos) e as que estão agendadas para os próximos dias e meses;
– Que os futuros processos de transferências a serem feitos futuramente pela gestão da Petrobrás, tenham o envolvimento dos sindicatos para alocar as pessoas em unidades do Sistema Petrobrás no mesmo estado, bem como corrigir os valores do APTT;
– Criação de uma Comissão sobre transferências. Agendar nova reunião já com um mapeamento das transferências realizadas por conta das privatizações com locais de destino e origem e com a quantidade de pessoas que querem retornar para suas bases de origem. Os sindicatos podem ajudar a identificar os casos mais graves e a pautarem propostas que estão vindo das bases, como: