Sim, as mulheres petroleiras romperam barreiras, e vão celebrar suas conquistas no seu décimo encontro que começa hoje, 25/11, em Porto Alegre. Segundo Patrícia Jesus, atual coordenadora geral do Coletivo de Mulheres Petroleiras, o tema do encontro deste ano não poderia ser mais significativo: mulheres rompendo barreiras, representa o enfrentamento cotidiano das petroleiras no trabalho, tanto na empresa como no sindicato. “Muitas vezes as barreiras com que temos que lidar são invisíveis para a maioria e como diz Conceição Evaristo, nada nos é oferecido, tudo é uma conquista. “
Nestes dez anos o Coletivo de Mulheres Petroleiras conquistou respeito dentro e fora da empresa. Participou das negociações dos acordos coletivos de trabalho de modo efetivo e garantiu importantes conquistas como a instalação de salas de aleitamento nas unidades e a garantia de adequação de atividades das mulheres grávidas ou em período de aleitamento. Estão detalhadas num parágrafo específico sobre gestação e amamentação no Acordo Coletivo de Trabalho firmado para o período 2013/2015, cláusula 138º, sobre Políticas de Saúde, e diz o seguinte: “A Companhia garante à trabalhadora grávida ou que esteja amamentando que o trabalho seja exercido em áreas fora de risco relacionado à gravidez ou aleitamento, sem prejuízo dos seus adicionais e/ou condições de trabalho”.
Outras importantes vitórias como a ampliação do auxílio creche para homens, o aumento do tempo da licença paternidade para parto prematuro e até a opção pela versão do uniforme feminino, deram visibilidade e credibilidade ao Coletivo. “Desde a criação do Coletivo passamos por muitas lutas, no início conseguimos algumas conquistas muito importantes e agora, nesses difíceis e últimos anos, estivemos focadas na luta e na resistência. ” A afirmação é de Mirian Cabreira, presidenta do Sindipetro RS que se orgulha em receber o Coletivo para o encontro deste ano histórico. “Agora, mais um desafio chega para nós, da categoria e das mulheres petroleiras, a reconstrução da Petrobrás e do Brasil. ” Concluiu Mirian.
A cada ano mais mulheres petroleiras participam dos encontros, aumentam sua representação nas direções dos sindipetros e na Federação e ampliam pautas que apontam para a necessidade da luta pela proteção ao trabalho das mulheres. A coordenadora geral do Coletivo ressaltou que ainda falta muito a ser conquistado, e que juntas continuarão na luta pelas melhores condições de trabalho.
Após dois anos sem ter um encontro presencial devido à pandemia, as petroleiras terão oportunidade de trocar abraços, confraternizar e homenagear as mulheres que as antecederam na luta, já que entendem que o caminho para chegar à igualdade de direitos é uma construção de longo prazo.
Na programação, além dos debates e apresentações, o Sindipetro RS preparou uma atividade cultural diferente, uma caminhada pelo centro de Porto Alegre, ouvindo o “PoA Mal Assombrada”, que são histórias não (ou mal) contadas de PoA, dentre elas, histórias de violência de gênero e da escravidão.
Programação:
Sexta 25/11
18h – Coffe de Abertura / Credenciamento
18:30 – Abertura – Saudações
19h – Conjuntura – Deputada Estadual PT Sofia Cavedon, Maribel Costa Moreira – Secretária Estadual de Mulheres da Fetag – CTB, Deputada Federal PSOL Fernanda Melchiona
Sábado 26/11
9h – Café da Manhã
10h – Mesa – Mulheres Rompendo Barreiras
12h – Intervalo
14h – Mesa – 10 anos do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras – Conquistas e Desafios
17h – Intervalo – Lanche
19h – Evento Cultural – PoA Mal Assombrada – Caminhada no centro histórico Porto Alegre com guia contando as “histórias não contadas” da cidade.
Domingo 27/11
9h – Café da Manhã
10h – Mesa – Desafios da categoria petroleira frente ao próximo mandato federal e Eleição FUP 2023
12h – Encerramento
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