[Da redação da CUT]
Em defesa da democracia, brasileiros vão ocupar as ruas do país na quinta-feira, dia 11 de agosto, data que simbolizará um marco na luta contra a escalada do autoritarismo que volta a ameaçar a liberdade e os direitos da população, desta vez estimulada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com seus discursos contra o sistema eleitoral, ataques a ministros do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) e as urnas eletrônicas.
Em 21 capitais, grandes atos já estão marcados. Outros atos em cidades do interior também estão sendo organizados. Ato principal, a manifestação em São Paulo ocorrerá às 17h, em frente ao MASP na Avenida Paulista. Veja lista completa no final do texto.
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O “dia de mobilização nacional em defesa da democracia e por eleições livres” está sendo organizado pela CUT, demais centrais sindicais, movimentos populares, partidos políticos, estudantis e outras entidades da sociedade civil.
Bolsonaro insiste em praticar atos antidemocráticos, querendo usar as Forças Armadas para mostrar poder já que não tem apoio popular. Por isso precisamos ir às ruas e por meio das manifestações fazer a disputa política dentro das regras que a própria democracia estabelece”, afiram o secretário-adjunto de Mobilização e Relacionamento com os Movimentos Sociais da CUT, Milton dos Santos Rezende, o Miltinho.
O dirigente reforça que há um risco sério para a democracia no país – um golpe – por causa dos ataques de Bolsonaro, entre eles a incitação ao ódio às instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) e as urnas eletrônicas, insinuando, inclusive, que não aceitará o resultado das eleições deste ano. Todas as pesquisas de opinião apontam para sua derrota para o ex-presidente Lula.
“Temos um insano no poder que não aceita as regras e que quer impor as suas condições. Isso traz instabilidade política e econômica ao país. Nenhum investidor vai querer investir em um país em uma situação como está o Brasil”, diz Miltinho.
E essa preocupação, ele prossegue, é de todo o conjunto da sociedade. “Todos os setores que estão preocupados com essa situação, com a miséria no país que já atinge 20 milhões de brasileiros, além dos mais de 30 milhões em insegurança alimentar, com a falta de políticas de educação, de saúde, bem como um plano para fazer o Brasil crescer, estão apoiando a nossa luta”, ele diz.
E, prova disso, é união em torno de iniciativas de defesa da democracia, como a “Carta aos Brasileiros e Brasileiras em defesa do Estado Democrático de Direito”, que já tem mais de 800 mil assinaturas e será lida no mesmo dia, 11 de agosto. A inciativa da USP conta com a adesão de todos os setores da sociedade, de trabalhadores a banqueiros, passando por juristas, empresários e artistas.
É muito importante que toda a sociedade esteja engajada nessa luta. Trata-se do futuro da nossa democracia, conquistada a duras penas após a ditadura militar. Muitos deram suas vidas para conquistá-la e nosso dever moral defende-la neste momento
Alagoas
Maceió – Praça do Centenário, 8h
Amazonas
Manaus – Praça da Saudade, às 15h
Bahia
Salvador – Praça do Campo Grande, às 9h
Ceará
Fortaleza – Praça da Bandeira, às 9h; Gentilândia, às 16h; e Casa do Estudante, às 19h
Distrito Federal
Brasília – Às 15h, tem ato no Congresso Nacional.
Espírito Santo
Vitória – Praça Costa Pereira, 10h
Goiás
Goiânia – Praça Universitária, às 17h
Maranhão
São Luiz – Praça Deodoro, às 16h
Minas Gerais
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos, às 17h
Mato Grosso do Sul
Campo Grande – Câmara Municipal, às 10h
Paraíba
João Pessoa – Lyceu Paraibano, às 14h
Paraná
Curitiba – Praça Santos Andrade, às 15h30
Pernambuco
Recife – Rua da Aurora, às 15h
Pará
Belém – Mercado São Braz, às 17h
Piauí
Teresina – Praça Rio Branco, às 8h30
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – Candelária, às 16h
Rio Grande do Norte
Natal – Midway Mall, às 14h30
Rio Grande do Sul
Porto Alegre – Colégio Júlio de Castilhos, às 8h
Santa Catarina
Florianópolis – Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), às 10h
São Paulo
São Paulo
Às 11h, será lida a Carta às brasileiras e brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito, na faculdade de Direito da USP.
Às 9h e às 17h, atos de massa serão realizados em frente ao Masp, na Avenida Paulista.
Ribeirão Preto – Faculdade de Direito, às 10h; e Esplanada do Teatro Pedro II, às 17h
Santos – Praça dos Andradas, às 10h
Sergipe
Aracaju– Praça Getúlio Vargas, Bairro São José, às 15h
A mobilização em defesa de democracia será permanente. Além dos dias 11 e 13 de agosto, no dia 7 de Setembro movimentos sociais voltam às ruas no tradicional Grito dos Excluídos. Três dias depois, o dia 10, CUT, centrais, movimentos populares e partidos políticos além de outras entidades da sociedade civil estarão nas ruas novamente em defesa da democracia, de eleições livres e contra a violência política.
As mulheres, que já em 2018 expressam oposição ao então candidato Jair Bolsonaro por seu histórico fascista de misoginia, machismo e homofobia, reforçam a jornada pela democracia indo às ruas no dia 13 de agosto em todo. Além da defesa da demcoracia, as mulheres lutam contra os desmontes promovidos nos últimos anos que impactaram de forma mais profunda o segmento.
“As mulheres da CUT junto com movimentos feministas, movimentos sociais e partidos políticos farão atos no dia 13 tendo com pauta o combate à fome, a miséria, a reforma Trabalhista, contra a violência contra a mulher. O movimento ‘Vamos juntas pelo Brasil’ vem para reforçar e manter vivo esse espírito de luta, que é histórico em torno de uma luta, pela democracia, contra essa violência que estamos vivendo contra o povo brasileiro”, diz Juneia Batista, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT.
A juventude brasileira, cuja grande contribuição à democracia já teve um momento importante este ano, quando mais de dois milhões de jovens entre 16 e 18 anos ‘correram’ para tirar o título de eleitor para poder votar este ano, também estará nas ruas no dia 11 de agosto.
A data é parte do calendário de mobilizações marcadas por entidades representativas do segmento para o mês de agosto, o Mês dos Estudantes”. Já em seu congresso, realizado em julho deste ano, a União Nacional dos Estudantes (UNE) havia definido a data como um dia de manifestações contra o golpismo de Bolsonaro.