As assembleias realizadas pelos sindicatos da FUP referendaram o manifesto dos petroleiros e petroleiras em defesa das eleições e da democracia. Nesse momento fundamental para o destino do povo brasileiro, os trabalhadores do Sistema Petrobrás somam-se a diversas outras categorias e organizações da sociedade civil que se levantam contra a tentativa de golpe, que está sendo orquestrado pelo presidente Jair Bolsonaro. Desde 2018, ele tenta descredibilizar o processo eleitoral brasileiro, que é respeitado internacionalmente e considerado um dos mais eficientes e seguros sistemas de votação do mundo.
“Mais uma vez, a marcha da história do nosso país nos conclama a assumir uma posição inequívoca: queremos o direito de viver! Queremos o direito de votar! E, sobretudo, queremos o direito de sonhar com tempos cada vez melhores e realizar todo o potencial das nossas capacidades”, afirma um dos trechos do manifesto que foi aprovado de Norte a Sul do país, em todas as bases da FUP.
Leia a íntegra:
Nós, petroleiros e petroleiras de todo o Brasil, de todas as regiões, de todas as cores, orientações sexuais, religiões e ideologias, manifestamos nosso apoio e nossa defesa incondicionais das eleições de outubro de 2022 e da democracia.
Está em curso uma tentativa de golpe em nosso país. Perpetrada pelo dublê de presidente da República, Jair Bolsonaro, e por sua cúpula governamental – generais sem respaldo nas Forças Armadas, empresários entreguistas, neoliberais e fundamentalistas religiosos.
Ao que tudo indica, esse golpe passará pela fabricação e o manejo de caos social em meados de setembro, com posterior adiamento das eleições regulares de outubro de 2022 e, por fim, a intervenção nos demais poderes constitucionais da República e seu fechamento.
Não é por acaso que desde 2018, o presidente, então recém eleito, declarou, sem provas, que as eleições daquele ano foram fraudadas. Desde 2020, de novo e com muita força, mas nenhuma prova, ele espalha mentiras sobre as urnas eletrônicas. Desde 2021, ofende e difama as instituições do Judiciário, como o Tribunal Superior Eleitoral.
Seus seguidores pediram um novo AI-5 e tentaram invadir o Supremo Tribunal Federal. E agora, em 2022, os generais que se subordinaram ao presidente questionam o processo eleitoral, mesmo depois de 25 anos acompanhando, concordando e participando como suporte da execução das eleições.
Diante de embaixadores do mundo inteiro, no dia 18 de julho, Jair reafirmou suas falsas teorias sobre urnas eletrônicas e mais uma vez agrediu o TSE e o STF. A ameaça de golpe em nosso país, portanto, é real. Mais que real: o golpe está em curso.
Relembrar é viver: as urnas eletrônicas estão em uso há mais de duas décadas, sem qualquer fato que coloque sua credibilidade em xeque. Os partidos políticos, a OAB, as universidades, os deputados e senadores, até mesmo os militares, todos sempre puderam acompanhar a programação das urnas, a verificação de seu funcionamento e o passo-a-passo da sua distribuição e operacionalização nos dias de eleição.
O voto impresso foi rejeitado na Câmara dos Deputados em 2021, no mesmo dia em que tanques de guerra combalidos e fumacentos circularam por Brasília, numa tentativa de intimidação que seria cômica, se não fosse preocupante. E é por estarmos muito preocupados que precisamos reagir.
O plano de Jair e seu bando é à imagem e semelhança do que ocorreu com Marcelo Arruda – o petista e pai de família morto em sua festa de aniversário: um assassinato. O assassinato das eleições, da democracia brasileira, justamente no ano em que a nação comemora seus 200 anos de Independência.
A história brasileira registra episódios lamentáveis de autoritarismo, de supressão do povo enquanto poder político, de escravização da vida humana, de destruição das florestas, dos rios, da terra e de desprezo pela natureza. São expressões dessas violações o massacre de indígenas, o genocídio da população negra, o estupro, o feminicídio, a violência doméstica contra as meninas e mulheres. O bando de Bolsonaro representa essa tragédia.
Contudo, a história brasileira também registra a força e a beleza da sobrevivência, da luta e da conquista, da vitória sobre a morte. Assim foram todas as revoltas e levantes contra a dominação, de Palmares a Tiradentes. Todas as greves, a conquista dos direitos, a superação da ditadura. A Petrobrás e a Eletrobrás. O SUS. Os direitos trabalhistas para as domésticas e a universidade para seus filhos e filhas. A FUP sempre esteve ao lado das trabalhadoras e dos trabalhadores nessas batalhas.
Mais uma vez, a marcha da história do nosso país nos conclama a assumir uma posição inequívoca: queremos o direito de viver! Queremos o direito de votar! E, sobretudo, queremos o direito de sonhar com tempos cada vez melhores e realizar todo o potencial das nossas capacidades.
Para isso, precisamos exercer e defender permanentemente nossos direitos civis, políticos e sociais. Defender a escolha pela vida, pelo debate, pelas opções. Pela voz.
Tudo o que a classe trabalhadora toca, muda. Assim, conclamamos a todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil; àqueles e àquelas que vivem do cultivo da terra, da operação das máquinas, da correria nas cidades; àqueles e àquelas que vivem de ensinar, de curar, de alimentar; todo mundo que escreve, que fala e que informa, a dizer: defendemos as eleições!
Estaremos nas ruas e nas praças, nas igrejas e nas fábricas, na televisão e na internet, combatendo qualquer ameaça de golpe no Brasil!
Em defesa da democracia, dos direitos, da soberania brasileira!
As urnas sempre foram seguras!
Defendemos as eleições e o respeito incondicional à vontade do povo expressa nas urnas!
FUP – Federação Única dos Petroleiros e Petroleiras