As centrais sindicais e os movimentos sociais estão organizando a Marcha contra a Fome, a Miséria e o Desemprego, que será realizada no próximo sábado, dia 9 de julho, no Centro Histórico de Porto Alegre. A concentração terá início às 13h30 com saída para a caminhada às 14h30.
“Está tudo muito caro. O povo não aguenta mais. Os preços dos alimentos dispararam, assim como os preços da gasolina, do diesel, do gás de cozinha e da energia elétrica. Não é à toa que aumentou o número de pessoas pedindo comida nas cidades e morando em situação de rua”, afirma o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
33,1 milhões de brasileiros passam fome
Os números das pesquisas revelam o agravamento da exclusão social. No Brasil, 33,1 milhões de brasileiros passam fome, o equivalente a 15,5% da população. O levantamento é da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
Também é grave o fato de que quase 63 milhões de brasileiros têm renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais. Ou seja, sobrevivem com menos da metade de um salário mínimo, segundo o Mapa da Nova Pobreza, que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou nesta semana.
“É inaceitável que toda essa gente se encontre passando imensas dificuldades, sobrevivendo com insegurança alimentar, enquanto o Brasil produz toneladas de alimentos para exportação”, denuncia o dirigente da CUT-RS.
Para ele, “a culpa é do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que destruiu políticas públicas, cortou direitos dos trabalhadores, ampliou a precarização do trabalho e não investe na geração de emprego e renda para combater a fome e a miséria”.
Amarildo salienta que o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e o prefeito Sebastião Melo (MDB) seguiram a mesma cartilha de Bolsonaro, piorando as condições de vida de milhares de famílias gaúchas. “Queremos comida na mesa, emprego decente e mais renda, moradia, saúde e educação pública de qualidade”, destaca.
10,6 milhões estão desempregados
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também são muito preocupantes.
O desemprego atingiu 10,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras no trimestre encerrado em maio. Há ainda cerca de 4,3 milhões de brasileiros que desistiram de procurar emprego. São os desalentados.
Além disso, 39,1 milhões são trabalhadores informais, sem carteira assinada e sem direitos. Isso significa, segundo o Dieese, que, a cada 10 pessoas, cerca de 4 estão na informalidade.
Tomar as ruas e as redes sociais para virar a página
“Temos que tomar as ruas para bater as panelas vazias e utilizar as redes sociais para protestar contra a fome, a miséria e o desemprego. O povo brasileiro precisa levantar a sua voz para exigir respeito e vida digna”, defende o presidente da CUT-RS.
Para Amarildo, “é hora de reforçar a luta, a unidade, a mobilização, a solidariedade e a esperança para virar essa página da história do país e trazer o Brasil de volta para os trabalhadores e as trabalhadoras”.
Fonte: CUT-RS