Neste 8 de março, o mundo celebrou o DIA INTERNACIONAL DA MULHER. É um momento importante para trazer à pauta questões que envolvem as mulheres em diversos setores, incluindo o mundo do trabalho.
DISCRIMINAÇÃO NO MUNDO DO TRABALHO
Esses dois anos de pandemia da Covid-19 escancarou uma realidade muito ruim para as mulheres. Não só pela falta de políticas que protegessem as famílias, mas porque aprofundou as desigualdades nos espaços de trabalho e contribuiu para um legado de violência, desemprego, fome e sobrecarga doméstica.
Dos empregos perdidos no mundo durante a pandemia, 54% foram de mulheres; 23 milhões de mulheres foram adicionadas à pobreza somente na América Latina e Caribe; o Brasil fechou 480,3 mil vagas de trabalho formais em 2020 e dessas, 96,4% pertenciam a mulheres; o desemprego feminino é 46,7% mais alto que o masculino; no setor doméstico, 826 mil perderam seus empregos; no Brasil 93,1% das mulheres resgatadas de situações de trabalho escravo são imigrantes; as mulheres assumiram a maior parte do trabalho extra em casa, principalmente entre as famílias mais pobres, com até 39% mais do tempo.
O fim da política de valorização do salário mínimo, decisão do governo Bolsonaro, em 2019, também afetou sobremaneira as mulheres. Atualmente, 37,4% das trabalhadoras recebem até 1 salário mínimo o que equivale a 13,526 milhões de mulheres.
Entre as petroleiras, de acordo com dados do DIEESE/subseção FUP, elas recebem menos do que os homens, mesmo exercendo a mesma função e se dá em todas as funções na Petrobrás. Nos cargos de nível médio elas ganham, em média, 76% de uma remuneração masculina, exercendo a mesma atividade. Quando se trata de nível superior, o salário da mulher é cerca de 91% da remuneração dos homens. Além da questão salarial, as petroleiras sofrem outros tipos de dificuldades na rotina de trabalho, por causa do machismo estrutural, que também se reflete nos espaços profissionais.
BAIXA REPRESENTATIVIDADE NA POLÍTICA
E em ano de eleição, outro fator precisa ser levado em conta. As mulheres, apesar de representarem 52,50% dos eleitores brasileiros e 45,30% das filiações partidárias, têm apenas 15% entre os eleitos (dados de 2020). Das 513 cadeiras na Câmara dos Deputados, apenas 77 são ocupadas por deputadas e no Senado somente 12 mulheres foram eleitas para as 81 vagas, o que equivale a uma participação menor ainda (14%). São dados que sinalizam o quanto é necessário avançar nesta questão.
Várias são as razões para estes resultados, mas entre eles está o machismo que ainda permeia a sociedade e os próprios partidos políticos. E não só em cargos é preciso avançar, mas também no respeito. Mulheres que já foram eleitas para cargos públicos relatam que se sentem assediadas, discriminadas e até desrespeitadas, como ente político, como mulher e como cidadã.
Mesmo assim, é fundamental que elas ocupem os espaços políticos onde são tomadas muitas decisões que afetam as políticas públicas, e algumas diretamente as mulheres.
LUTAR PARA AVANÇAR E PARA NÃO RETROCEDER
A luta das mulheres hoje, se dá em duas principais frente: continuar os avanços e impedir o retrocesso no que já foi conquistado, frente a um governo declaradamente machista, homofóbico, misógino e racista, como é o do Bolsonaro.
Bolsonaro representa um governo de ultradireita, machista, cujo discurso de ódio potencializa a violência aos setores oprimidos. Não por acaso, durante seu governo explodiu a violência doméstica, os feminicídios e transfeminicídios, os estupros e outras formas de violência contra mulheres, negros e LGBTIs.
ELE NÃO, ELE NUNCA MAIS
Neste 8 de março, uma outra pauta urgente se impõe: o Fora Bolsonaro. Esta é a principal forma de parar a total destruição do país, das empresas nacionais e do brutal retrocesso porque passam as políticas públicas e programas sociais, prejudicial a todos, mas ainda mais às mulheres.
Por isso, os gritos de ELE NÃO, ELE NUNCA, que ecoaram nos quatro cantos do Brasil capitaneado por milhares de mulheres, devem ser retomados. As mobilizações, que ocorrem num momento decisivo para o país, terão como tema “Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais, por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”.
A luta contra Bolsonaro é uma uta em favor do Brasil e dos brasileiros. Mas é, também, uma luta anti-imperialista, anticapitalista, democrática, antirracista e anti-LGBTQIA+fóbica.
Representa a defesa da vida das mulheres, contra a fome, a carestia, a violência, o desemprego, pela saúde, pelos seus direitos sexuais, direitos reprodutivos e pela justiça reprodutiva, em defesa do SUS e dos serviços públicos gratuitos e de qualidade.