Se Leonel Brizola estivesse vivo, no último sábado (22) ele completaria 100 anos. Uma das principais personalidade da história da política brasileira, tem uma relevância ainda maior para os gaúchos. Foi ele, Leonel Brizola, o grande responsável pela existência da Refap no RS.
No início dos anos 60, o RS não figurava entre os contemplados com refinarias da Petrobrás no programa de ampliação do parque de refino. Na época, havia uma política centrada no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Leonel Brizola, governador do RS de 1959 a 1963, saiu a campo, e depois de enfrentar várias resistências, inclusive de entidades que representavam o setor empresarial, desapropriou uma fazenda onde foi instalada a Refap. No início, foram muitos os problemas, especialmente relacionados à desapropriação. Os antigos proprietários da área - a Fazenda da Brigadeira -, entravam com mandado de segurança, e ora a obra era embargada, ora não. Até que em 1962, o problema da desapropriação foi relativamente controlado. Assim, em 4 de maio de 1962, foi dado o pontapé inicial nas obras da Refinaria Alberto Pasqualini. Houve uma grande cerimônia que contou com a presença do Leonel Brizola e alta representação da Petrobrás.
Em 12 de maio de 1999, o ex-governador Leonel Brizola, a convite do Sindipetro-RS, retornou à refinaria. Naquela ocasião, Brizola visitava a empresa num momento difícil, quando o governo FHC preparava a privatização da Refap. Disse à época, com aquele seu jeito direto de dizer as verdades, que "a tentativa de privatização da Petrobrás ainda é um livro com páginas em branco, que pode ter uma história diferente da que está sendo planejada pela política de FHC".
A gerência da Refap promoveu todas as dificuldades possíveis para impedir a visita, chegando a proibir os trabalhadores de saírem de seus postos de trabalho para recebê-lo. Tudo em vão. Brizola foi recepcionado pelos verdadeiros donos da Petrobrás, os trabalhadores e o povo brasileiro.
Viva Brizola!
Viva a Refap!
Viva a Petrobrás!