Será realizado, no feriado do 7 de setembro, em todo o país, o 27º GRITO DOS EXCLUÍDOS E EXCLUÍDAS que, desta vez, soma com o ato “Fora Bolsonaro”. Este ano o tradicional evento tem como lema "Vida em primeiro lugar" e como tema “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já".
Em Porto Alegre, as atividades iniciam às 11 horas, com um ato ecumênico, no Espelho d'Água do Parque da Redenção. Às 13h30, começará a concentração para a marcha pelo “Fora Bolsonaro”. Também serão lembradas as mais de 570 mil mortes na pandemia por culpa do governo federal, que atrasou a compra de vacinas contra a Covid-19 para negociar propinas, como vem revelando a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado.
TOMAR AS RUAS
Este ano o Grito acontece em meio a uma pandemia que ceifou milhares de vida, num cenário de desemprego, de perda de renda, de crescimento da fome e da miséria, de ataques aos movimentos sociais, ao meio ambiente e às instituições. Cresce também o feminicídio, o desmonte dos direitos de indígenas, quilombolas e diversas injustiças.
Diante desta situação, a data será um dia importante para que os trabalhadores tomem novamente às ruas, a exemplo das quatro grandes manifestações já realizadas este ano pelo Fora Bolsonaro. A saída deste governo é a principal forma de interromper a destruição total de todos os avanços no campo social e de impedir a venda do país e o desmonte do estado.
Será, também, uma data importante para denunciar, mais uma vez, a política privatista do governo Bolsonaro, que está entregando não só as grandes e estratégicas empresas brasileiras ao setor privado, mas quer agora, com a reforma administrativa, privatizar os serviços públicos essenciais, como saúde e educação, e liquidar o que sobrou dos direitos dos trabalhadores, com a MP 1045.
No RS, a data será, ainda, uma grande oportunidade para divulgar e esclarecer a população sobre o Plebiscito Popular “Primavera da Democracia”.
SOLIDARIEDADE
Assim como em outras edições das atividades de rua, no Grito serão observados os protocolos de proteção à Covid-19, como uso de máscara, álcool em gel e distanciamento.
Os organizadores também estão programando a arrecadação de alimentos, que será distribuído posteriormente à famílias em situação de risco social e alimentar da periferia da capital gaúcha.
Haverá, ainda, manifestações em várias cidades no interior do Rio Grande do Sul, assim como em todo Brasil.
COMO SURGIU E O QUE É O GRITO DOS EXCLUÍDOS E EXCLUÍDAS
A proposta do Grito dos Excluídos e Excluídas surgiu em 1994, a partir do processo da 2ª Semana Social Brasileira, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cujo tema era Brasil, alternativas e protagonistas, inspirada na Campanha da Fraternidade de 1995, com o lema: A fraternidade e os excluídos.
Entre as motivações que levaram à escolha do dia 7 de setembro para a realização do Grito dos/as Excluídos/as estão a de fazer um contraponto ao Grito da Independência. O primeiro Grito dos Excluídos/as foi realizado em 7 de setembro de 1995, tendo como lema “A vida em primeiro lugar”, e ecoou em 170 localidades.
A partir de 1996, o Grito foi assumido pela CNBB que o aprovou em sua Assembleia Geral, como parte do PRNM. A cada ano, se efetiva como uma imensa construção coletiva, antes, durante e após o Sete de Setembro.
Mais do que uma articulação, o Grito é um processo, é uma manifestação popular carregada de simbolismo, que integra pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. Ele brota do chão, é ecumênico e vivido na prática das lutas populares por direitos.
A proposta não só questiona os padrões de independência do povo brasileiro, mas ajuda na reflexão para um Brasil que se quer cada vez melhor e mais justo para todos os cidadãos e cidadãs. Assim, é um espaço aberto para denúncias sobre as mais variadas formas de exclusão.
POR QUE O 7 DE SETEMBRO - O 7 de setembro, dia oficial da comemoração da independência do Brasil é um dia especial para refletir sobre a soberania nacional, que é o eixo central das mobilizações do Grito. Assim, a atividade se propõe a superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna. O Dia da Pátria, além de um dia de festa e celebração, vai se tornando também em um dia de consciência política e de luta por uma nova ordem nacional e mundial.