Seguindo a programação do IX PlenaFup, nessa sexta-feira (13) foi realizado o lançamento do livro “Operação Lava Jato: crime, devastação econômica e perseguição política”, que explica o estrago econômico, político e social provocado pela operação Lava-Jato, comandada pelo ex-juiz federal e ex-ministro do governo Bolsonaro, Sérgio Moro.
Fausto Augusto Júnior, coordenador técnico do Dieese, alerta que o que estamos vivendo hoje teve origem lá na Lava-Jato e por isso é tão necessário abordar esse tema e as consequências econômicas dessa operação, pois a vida real dos brasileiras foi alterada por conta disso: "Temos que fazer esse debate, pois eles irão se utilizar dessa operação para tentar desconstruir o presidente Lula. Nós precisamos fazer esses dados chegarem até a sociedade. A ideia de lançar o livro é essa. Precisamos que o conteúdo do livro chegue aos trabalhadores, esse debate não será simples, eles virão para cima da gente, temos que fazer o enfrentamento sério do que foi essa operação", afirma.
Para Edson Carlos Rocha da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói/RJ e coordenador do Setor Naval da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), a Lava-Jato nada mais fez do que acabar com o emprego no Brasil. "As provas fraudadas que ela produziu foram todas desmascaradas até agora. Tem trabalhadores do Estaleiro Mauá com 30 anos de casa e espera indenização e a gente não consegue receber nenhum processo judicial contra o estaleiro, que poderia ser executado, mas a justiça não executa. A Lava-Jato destruiu a indústria naval no Brasil e precisamos de um governo que volte a reativar essa indústria", finalizou.
Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (CONTICOM), Claudio da Silva Gomes, ao invés de punir os corruptos, dava-se a oportunidade de delação e asfixiavam-se as empresas, impedindo que elas participassem de licitações e indo à falência, gerando desemprego. "O Brasil estava se destacando no mundo como exportador de obras de engenharia. Na África, no Oriente Médio, na Europa, e o imperialismo americano, quando começa a se incomodar com isso, começa a interferir, inclusive com espionagem e pressão nos governos. Grande parte das pessoas que hoje moram na rua e passam fome, já foram trabalhadores do setor da construção civil e naval, finalizou.
Deyvid Barcelar, coordenador da FUP, lembrou que a Lava-Jato chegou a ferir a honra e a dignidade dos petroleiros, que chegaram a ser associados como corruptos. "Com os graves ataques e desgaste que sofreu, a empresa foi relativamente fácil para o Governo Temer e Bolsonaro desmontá-la, e a Lava-Jato criou esse lastro para facilitar esse processo de desmonte.
SOBRE O LIVRO
O livro, que está disponível para o público desde maio, nas versões e-book e impresso, no site da editora, destrincha os estragos da Lava Jato, cujos danos ao Brasil são irreparáveis, vide o desmonte do Sistema Petrobrás, do setor naval e da engenharia nacional. A obra foi organizada por Antonio Alonso Jr., Fausto Augusto Jr. e José Sérgio Gabrielli; e editado pela Expressão Popular, o livro teve origem a partir de um vasto estudo realizado pelo Dieese, a pedido da CUT, que mostra os impactos da operação Lava Jato na economia brasileira.
O livro “Operação Lava Jato: crime, devastação econômica e perseguição política” tem prefácio assinado por Baltasar Garzón, ex-juiz da Suprema Corte da Espanha que ordenou a prisão do ex-presidente chileno Augusto Pinochet. A obra conta com os seguintes capítulos: Capitalismo e corrupção: a Petrobras e a Operação Lava Jato, assinado por William Nozaki; Mídia e Democracia, por Paulo Moreira Leite; Lawfare e Poder Judiciário, escrito pela jurista Gisele Cittadino; Implicações Econômicas Intersetoriais, assinado por Sérgio Nobre; Implicações Macroeconômicas, por Luiz Fernando de Paula e Rafael Moura; Sistema Político, de Fábio Kerche e Talita Tanscheit; Relações Externas, assinado por Carol Proner; Sociedade e Cultura da Violência, escrito por Fernando Sarti Ferreira e Gabriel Rocha Gaspar. O diretor técnico nacional do Dieese, Fausto Augusto Jr., também assina a publicação.
Sindipetro Ceará Piauí