Nov 24, 2024

TCU vê risco de faltar combustível com venda de refinarias da Petrobras

 

O Tribunal de Contas da União (TCU) verificou haver risco ao pleno abastecimento de todos os mercados regionais de combustíveis, tendo em vista os desinvestimentos da Petrobras, após realizar uma auditoria sobre o tema, conforme nota publicada em seu site.

O órgão federal disse ainda que as vendas de ativos da petroleira estatal colocam em risco desenvolvimento e à reorganização do mercado de refino de petróleo no Brasil.

As conclusões ocorreram após auditoria de natureza operacional para verificar como o governo federal tem atuado para reorganizar o mercado nacional de refino, tendo em vista o plano de venda de ativos da empresa.

Questionado durante uma coletiva de imprensa, o diretor-executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Rodrigo Araujo, afirmou que o movimento do TCU é natural, uma vez que a abertura do mercado demanda uma série de adaptações.

O executivo ponderou que não teve acesso ao relatório do TCU, mas que a petroleira tem conhecimento de que é uma auditoria que não tem relação direta com o processo de desinvestimento da Petrobras.

"Não é um processo de auditoria do nosso processo de desinvestimento", frisou, destacando que a empresa permanece comprometida com o movimento de abertura do mercado de refino e de gás natural.

"É claro que (a abertura) é um movimento extremamente favorável, mas demanda uma série de adaptações, então acho que é algo natural que a gente passe... por esse movimento de adaptação com o novo mercado, mais competitivo", afirmou.

A Petrobras planeja vender todas as suas refinarias fora dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, como parte de um amplo planejamento para a abertura do mercado de refino brasileiro, em busca de mais investimentos e competição.

Procurado, o TCU não respondeu imediatamente a pedidos de mais informações sobre a auditoria.

Mais cedo, Araujo destacou não ver movimentos contrários do TCU em relação à venda da refinaria Rlam ao grupo Mubadala, a qual a empresa planeja concluir ainda neste ano ou no início de 2022.

Das demais refinarias à venda, o diretor citou que as mais avançadas eram Reman, Lubnor e SIX.

Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) disse esperar que a análise do TCU leve à revisão das privatizações de refinarias.

Para a entidade, que representa 12 sindicatos de petroleiros, as vendas das unidades de refino vão criar monopólios privados regionais, podendo gerar desabastecimento e alta dos preços dos combustíveis.

Fonte: REUTERS

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