Enquanto vigorar a atual política de preço de paridade de importação (PPI) adotada pela gestão da Petrobrás, os combustíveis e o gás de cozinha continuarão a pressionar a inflação e a deteriorar o poder de compra do trabalhador. Estes foram os componentes que mais aumentaram no acumulado do primeiro semestre deste ano e também em doze meses, segundo dados elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), subseção da Federação Única dos Petroleiros (FUP), com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, divulgado na manhã desta quinta-feira (8/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora o salário mínimo tenha tido reajuste de apenas 5,26% este ano, o gás de botijão já acumula alta nas revendedoras de 16,05% nos primeiros seis meses do ano, e de 24,25% em doze meses. O óleo diesel, que afeta toda a cadeia produtiva que depende do transporte rodoviário para distribuição no país, aumentou 24,58%, até junho, e 40,74%, em doze meses. No etanol, a elevação foi de 35,71% em janeiro/junho último e de 59,61% em doze meses (ver tabela abaixo).
Segundo o economista do Dieese/FUP, Cloviomar Cararine, os resultados esperados para julho também são ruins, com as novas altas que entraram em vigor nesta semana nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. “Além disso, a Petrobrás vai elevar em 7% os preços em reais do gás natural entregue às distribuidoras regionais a partir de 1º de agosto”, lembrou ele.
“Por trás destes constantes reajustes está a política do PPI, que penaliza a sociedade brasileira, sobretudo os mais pobres”, destaca o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar. Ele observa que somente em junho, o gás de botijão teve alta de 1,58%, três vezes a inflação do mês, medida pelo IPCA. “Também a alta do gás de cozinha acumulada em doze meses superou em três vezes a inflação do período, de 8,35%, muito acima da meta fixada pelo governo, e a maior desde setembro de 2016”, disse Bacelar.
Fonte: FUP