Nov 25, 2024

Plenária dos trabalhadores de estatais no RS aprova plebiscito popular sobre privatizações

Em plenária estadual da Frente em Defesa das Estatais, realizada no início da noite desta segunda-feira (31), foi aprovado a criação de um comitê para organizar a realização de um plebiscito popular para consultar a população sobre as privatizações.

Mais de 180 trabalhadores de empresas públicas federais, estaduais e municipais, na mira de serem vendidas pelos governos entreguistas de plantão, participaram do encontro virtual, através da plataforma Zoom, convocado pelas centrais sindicais do Rio Grande do Sul.

Foi definido engrossar o ato unitário que será promovido nesta terça-feira (1º), às 13h, em frente à Assembleia Legislativa, momentos antes da votação do recurso das bancadas de oposição que pede a anulação da aprovação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 280/2019, que acaba com o plebiscito para a venda da Corsan, Banrisul e Procergs. Também está na pauta a votação em segundo turno dessa proposta.

Além disso, foi aprovado um dia de luta contra as privatizações e em defesa das empresas e dos serviços públicos e dos servidores, cuja data será definida pelas centrais sindicais para ampliar a mobilização da sociedade, com a participação dos movimentos sociais.

Ainda foi apoiada a proposta de elaboração de um manifesto unificado contra as privatizações e a distribuição do panfleto das centrais para a população, lançado na última quarta-feira (26), mostrando que “privatização faz mal”, com “serviços precários e tarifas mais caras”.

Clique aqui para acessar o PDF do panfleto

Unificar a luta em defesa das empresas públicas

“Temos que unificar cada vez mais a luta em defesa das estatais e combater as privatizações dos governos Bolsonaro (ex-PSL) e Eduardo Leite (PSDB) e dos prefeitos entreguistas como Sebastião Melo (MDB)”, afirmou o vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis, que coordenou a plenária junto aos representantes da CTB e da CSP-Conlutas.

“Precisamos mobilizar os trabalhadores e as trabalhadoras, dialogar muito com a sociedade e pressionar os parlamentares para barrar a venda do patrimônio público e defender a soberania nacional”, ressaltou o dirigente da CUT-RS, que é também diretor do SindBancários

A plenária contou com uma análise da conjuntura econômica pelo economista Ricardo Franzói, supervisor técnico do Dieese no Rio Grande do Sul. Ele destacou que “os balanços dos Correios, Eletrobras e Caixa somaram lucros de R$ 21 bilhões no ano passado”.

Franzoi salientou que “o sistema elétrico foi parcialmente privatizado, com a promessa de ser mais produtivo e oferecer melhores serviços”, o que não aconteceu. “Abrir mão dessas empresas públicas seria aprofundar as desigualdades”, enfatizou.

Dirigentes de sindicatos e federações, que representam funcionários de estatais, fizeram relatos sobre a situação das empresas na mira da privatização, como bancos públicos (Banrisul, BB e Caixa), Corsan, Petrobrás, Correios, Procergs, Trensurb e CEEE.

Salvar o que restou do patrimônio público

“Estamos lutando não somente pelos nossos empregos, mas pelo futuro da nação”, frisou a diretora da Fetrafi-RS, Denise Corrêa, chamando a atenção de que “estamos em guerra contra a PEC 280 para salvar o que restou do patrimônio público do RS”.

Também participaram da plenária a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) e o ex-ministro Miguel Rossetto (PT). “A gente retoma a esperança quando unifica a luta. Lutamos contra o mesmo projeto. Temos que nos juntar nas lutas específicas”, disse Sofia. Para ela, “derrotar a PEC 280 é uma questão de defesa da democracia”.

Rosseto destacou a importância da unidade. “Estamos definindo um projeto de futuro da nação. Não há alternativa de inclusão social sem a presença de um estado forte. O plebiscito é um direito incorporado da população”, destacou. Segundo ele, é fundamental “preservar o plebiscito, a democracia, derrotar a PEC 280 e o projeto privatista do governador Leite”.

 

Fonte: CUT-RS

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