Em plenária estadual da Frente em Defesa das Estatais, realizada no início da noite desta segunda-feira (31), foi aprovado a criação de um comitê para organizar a realização de um plebiscito popular para consultar a população sobre as privatizações.
Mais de 180 trabalhadores de empresas públicas federais, estaduais e municipais, na mira de serem vendidas pelos governos entreguistas de plantão, participaram do encontro virtual, através da plataforma Zoom, convocado pelas centrais sindicais do Rio Grande do Sul.
Foi definido engrossar o ato unitário que será promovido nesta terça-feira (1º), às 13h, em frente à Assembleia Legislativa, momentos antes da votação do recurso das bancadas de oposição que pede a anulação da aprovação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 280/2019, que acaba com o plebiscito para a venda da Corsan, Banrisul e Procergs. Também está na pauta a votação em segundo turno dessa proposta.
Além disso, foi aprovado um dia de luta contra as privatizações e em defesa das empresas e dos serviços públicos e dos servidores, cuja data será definida pelas centrais sindicais para ampliar a mobilização da sociedade, com a participação dos movimentos sociais.
Ainda foi apoiada a proposta de elaboração de um manifesto unificado contra as privatizações e a distribuição do panfleto das centrais para a população, lançado na última quarta-feira (26), mostrando que “privatização faz mal”, com “serviços precários e tarifas mais caras”.
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Unificar a luta em defesa das empresas públicas
“Temos que unificar cada vez mais a luta em defesa das estatais e combater as privatizações dos governos Bolsonaro (ex-PSL) e Eduardo Leite (PSDB) e dos prefeitos entreguistas como Sebastião Melo (MDB)”, afirmou o vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis, que coordenou a plenária junto aos representantes da CTB e da CSP-Conlutas.
“Precisamos mobilizar os trabalhadores e as trabalhadoras, dialogar muito com a sociedade e pressionar os parlamentares para barrar a venda do patrimônio público e defender a soberania nacional”, ressaltou o dirigente da CUT-RS, que é também diretor do SindBancários
A plenária contou com uma análise da conjuntura econômica pelo economista Ricardo Franzói, supervisor técnico do Dieese no Rio Grande do Sul. Ele destacou que “os balanços dos Correios, Eletrobras e Caixa somaram lucros de R$ 21 bilhões no ano passado”.
Franzoi salientou que “o sistema elétrico foi parcialmente privatizado, com a promessa de ser mais produtivo e oferecer melhores serviços”, o que não aconteceu. “Abrir mão dessas empresas públicas seria aprofundar as desigualdades”, enfatizou.
Dirigentes de sindicatos e federações, que representam funcionários de estatais, fizeram relatos sobre a situação das empresas na mira da privatização, como bancos públicos (Banrisul, BB e Caixa), Corsan, Petrobrás, Correios, Procergs, Trensurb e CEEE.
Salvar o que restou do patrimônio público
“Estamos lutando não somente pelos nossos empregos, mas pelo futuro da nação”, frisou a diretora da Fetrafi-RS, Denise Corrêa, chamando a atenção de que “estamos em guerra contra a PEC 280 para salvar o que restou do patrimônio público do RS”.
Também participaram da plenária a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) e o ex-ministro Miguel Rossetto (PT). “A gente retoma a esperança quando unifica a luta. Lutamos contra o mesmo projeto. Temos que nos juntar nas lutas específicas”, disse Sofia. Para ela, “derrotar a PEC 280 é uma questão de defesa da democracia”.
Rosseto destacou a importância da unidade. “Estamos definindo um projeto de futuro da nação. Não há alternativa de inclusão social sem a presença de um estado forte. O plebiscito é um direito incorporado da população”, destacou. Segundo ele, é fundamental “preservar o plebiscito, a democracia, derrotar a PEC 280 e o projeto privatista do governador Leite”.
Fonte: CUT-RS