Ainda na comparação anual, houve redução de 50% dos investimentos em exploração no pré e pós-sal, os quais totalizaram US$100 milhões nos três primeiros meses do ano, ante US$200 milhões no primeiro trimestre de 2020. Em relação ao quarto trimestre de 2020, os investimentos em E&P cresceram 6,6%, passando de US$1,5 bilhão para US$1,6 bilhão.
E houve aumento de 11% nos aportes em desenvolvimento da produção em águas ultraprofundas do pré-sal da bacia de Santos, de US$ 900 milhões para US$1 bilhão, entre o último trimestre de 2020 e o primeiro deste ano. Por outro lado, foi registrada queda de 50% nos investimentos exploratórios no 1T21 ante o trimestre anterior, de US$ 200 milhões para US$ 100 milhões.
O plano de negócios 2021-25 da Petrobras prevê investimentos totais da ordem de US$ 55 bilhões no quinquênio, dos quais 84% (US$46 bilhões) em E&P. Em relação ao plano anterior 2020-24), cujo capex total era de US$75,7 bilhões (sendo US$ 64,3 bilhões para E&P), a queda dos aportes previstos em E&P é de aproximadamente 30%. A proporção, contudo, se manteve em linha.
A redução nos investimentos em E&P pode contribuir para a continuidade da queda das reservas provadas da Petrobras observada nos últimos anos. Em 2017, elas totalizavam 9,752 bilhões de boe. Nos dois anos seguintes, caíram para 9,606 bilhões de boe, 9,590 bilhões de boe, chegando a 8,816 bilhões em 2020.
FPSOs em alta
O capex total destinado a novas unidades de produção offshore no horizonte 2021-25 cresceu quase 60% no primeiro trimestre de 2021, chegando a US$20,6 bilhões, contra US$13,1 bilhões nos três meses anteriores.A diferença se explica pela contratação de dois novos FPSOs – Búzios 6 (Almirante Tamandaré) e Búzios 7 (P-78) – e pela elevação do capex da P-71, de US$ 2,3 bilhões para US$3,4 bilhões, possivelmente em função do aditivo contratual assinado com o Estaleiro Jurong. Originalmente programada para operar no projeto Lula Fator de Recuperação, a plataforma precisou ser adaptada para ser instalada no campo de Itapu, após mudança de estratégia da Petrobras, que retirou Lula FR de seu atual plano de negócios.
A Petrobras deixou, desta vez, de detalhar a execução física das obras dos FPSOs, o que pode ter relação com os reduzidos níveis de avanço nas obras nos estaleiros asiáticos que vêm sendo registrados em meio à pandemia. Isso já havia levado a estatal a postergar o primeiro óleo do FPSO Guanabara (Mero 1) de 2021 para o primeiro trimestre de 2022.
Resultado financeiro
As receitas de E&P no primeiro trimestre do ano totalizaram 11,666 bilhões, alta de 7,3% em relação a um ano antes e crescimento de 29,7% sobre o trimestre anterior.
A companhia registrou lucro operacional de US$ 5,911 bilhões nos três primeiros meses de 2021 no segmento, revertendo prejuízo de US$ 8,558 bilhões no mesmo período de 2020. Em relação ao quarto trimestre de 2020, o lucro no E&P caiu 39,1%.
No 1T21, foi realizado impairment no valor de US$ 90 milhões em função, principalmente, da parada das atividades da plataforma P-33 na bacia de Campos. A unidade do campo de Marlim, na bacia de Campos, está fora de operação, com previsão de ser descomissionada até 2025.
Produção
Conforme informado pela Petrobras em 27 de abril, em seu último relatório de produção e vendas, a companhia extraiu 2,765 milhões de boe/d no primeiro trimestre de 2021, queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado e alta de 3,1% ante o último trimestre de 2020.
Fonte: INEEP