Nov 25, 2024

Lava Jato prejudicou emprego, desenvolvimento e soberania nacional, aponta live da CUT-RS

 

O estudo feito pela CUT e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre a operação Lava Jato, comandada pelo ex-juiz Sérgio Moro, foi debatido na live da CUT-RS, sob a chamada "Prejuízos da Lava Jato na economia e no emprego", realizada no início da noite desta quarta-feira (17), com transmissão pelo Facebook. 

Participaram do debate o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, a economista do Dieese, Patrícia Pelatieri, o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS) e o presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia. A mediação foi feita pelo presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. 

Perda de R$ 172,2 bilhões em investimentos e destruição de 4,4 milhões de empregos

Os números apresentados pelo estudo revelam perdas bilionárias, prejuízos às empresas brasileiras e fechamento de milhões de empregos. Segundo os dados, a operação fez o Brasil perder R$ 172,2 bilhões em investimentos e destruiu 4,4 milhões de postos de trabalhado. O setor mais afetado foi a construção civil, que perdeu 1,1 milhão de empregos.

Para o presidente nacional da CUT, o estrago econômico e social provocado pela força-tarefa de Curitiba foi intencional e teve como objetivo possibilitar a implementação de um projeto que beneficia os interesses estrangeiros sobre o petróleo brasileiro.

“A Petrobras foi o principal alvo da operação. Desde o início dessa operação, nós já dizíamos que empresas não cometem crimes, pessoas sim. E são elas que têm que ser investigadas e punidas. Não as empresas”, disse Sérgio Nobre.

Perseguição para acabar com o interesse público da Petrobras

O presidente do Sindipetro-RS destacou que "a Petrobras tinha um objetivo, que era garantir o abastecimento dos derivados do petróleo à toda a população brasileira com o menor custo e a melhor qualidade. E o que fizeram com a Lava Jato foi um jogo político para alterar os objetivos de interesse público da empresa". 

“Desde que foi criada, a Petrobras nunca recebeu verbas do governo federal. Sempre foi ao mercado buscar dinheiro para pagar suas contas, gerando lucro e desenvolvimento. Foi referência mundial em tecnologia de extração de petróleo porque tinha investimento com interesse público. Qual setor privado do Brasil, fez o que a Petrobras fez?”, questionou Maia. 

A economista do Dieese apresentou os principais números do estudo. Para ela, a Lava Jato se insere no contexto econômico de descoberta das jazidas de pré-sal em 2006, quando o Brasil passou a ser alvo dos interesses geopolíticos no mundo. “Por isso, as pressões para alteração nos marcos institucionais para exploração de petróleo e gás passam a ser muito intensas. A Lava Jato oportunizou essas mudanças”, apontou. 

“Nós nos baseamos em dados que estão disponíveis pela Petrobrás. No plano de negócios de 2015 a 2019, eles falam nitidamente em desalavancagem, ou seja, desinvestimento. Tivemos uma queda de investimento de 2013 a 2019 de 78%”, ressaltou Patrícia. 

Orquestração jurídica, política e midiática contra interesses do Brasil

Bohn Gass, atual líder da bancada do PT na Câmara, frisou que o Brasil estava no centro da geopolítica mundial e isso não servia aos interesses econômicos do império americano. E, por isso, foi feito uma orquestração jurídica, política e midiática para desestabilizar a economia interna. 

“Essa operação tinha lado e criou um ambiente de ataque à esquerda, ao Partido dos Trabalhadores e ao ex-presidente Lula, porque sabiam que esses setores tinham interesse público de desenvolvimento e soberania do país”, enfatizou o deputado. 

O presidente da CUT-RS ressaltou que, conforme o estudo, o Brasil perdeu em investimentos 40 vezes o valor recuperado pela Lava Jato. “Com a desculpa do combate a corrupção, muitas empresas foram destruídas”, disse.

Cobrar a responsabilidade de quem destruiu e saqueou o país

“Nós defendemos o combate à corrupção, mas quem comete esses crimes são as pessoas, não as empresas. É o CPF que deve ser investigado e punido e não o CNPJ. Esse estudo nos ajuda a mostrar para a sociedade brasileira o que realmente aconteceu”, salientou Amarildo. 

O dirigente sindical apontou a necessidade de cobrar a responsabilidade de todos os que destruíram e saquearam o país. Ele anunciou que já nesta quinta-feira (18) a CUT fará a entrega do estudo ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). 

O material também será levado ao presidente do Senado e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), bem como aos sindicatos, federações e confederações para debater com os trabalhadores e as trabalhadoras. 

Fonte: CUT-RS

Facebook