Seguindo o indicativo da FUP, os petroleiros iniciaram nesta sexta-feira, 05, greves regionais no Amazonas, em São Paulo e no Espírito Santo, cobrando da Petrobrás condições seguras de trabalho, manutenção dos empregos e respeito ao Acordo Coletivo. Na Bahia, a categoria retomou por tempo indeterminado a greve que havia sido temporariamente suspensa durante negociação com a empresa. Sem avanços, os petroleiros recomeçaram o movimento na madrugada desta sexta, em meio a pressão dos gestores, que enviaram um forte aparato policial para a RLAM e estão mantendo trabalhadores em cárcere privado, segundo denúncias recebidas pelo Sindipetro Bahia.
Nesta sexta-feira, houve ainda mobilizações e protestos na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e na Usina do Xisto (SIX), no Paraná, onde os trabalhadores também aprovaram a greve e devem iniciar o movimento nos próximos dias. Nas demais bases da FUP, a categoria segue em assembleias.
Com pautas de reivindicações diversas, os sindicatos denunciam os impactos das privatizações nas relações de trabalho, em função das transferências compulsórias feitas pela gestão da Petrobrás, da redução drástica de efetivos e do sucateamento das unidades, principalmente as que estão sendo vendidas. O resultado desse desmonte é o risco diário de acidentes, sobrecarga de trabalho, assédio moral e descumprimento rotineiro do Acordo Coletivo de Trabalho.
Além disso, os trabalhadores do Sistema Petrobrás estão sofrendo diariamente com a negligência da direção da Petrobrás no combate à pandemia da Covid-19. Assim como o governo Bolsonaro, a gestão Castello Branco vem negando recomendações, normas e protocolos de segurança dos órgãos de saúde e de fiscalização, como o Ministério Público do Trabalho, a Fiocruz e a Agência Nacional de Petróleo.
Em um ano de pandemia, mais de 5.200 trabalhadores da Petrobrás já se contaminaram. Isso equivale a mais de 11% do efetivo próprio da companhia. Ou seja, o dobro da média nacional. A cada semana, são mais de 420 trabalhadores infectados pela Covid-19 e uma média de 20 hospitalizados. Esses números, apesar de altos, são subnotificados, pois a Petrobrás insiste em não divulgar os dados dos trabalhadores terceirizados. Em meio às privatizações, a categoria petroleira ainda é obrigada a conviver com o pavor de ser contaminada pelos surtos semanais que estão ocorrendo nas plataformas, refinarias e terminais. Informações obtidas pela FUP revelam que mais de 60 trabalhadores próprios e terceirizados já perderam a vida em consequência da Covid.
[Da imprensa da FUP]