Dezembro começou com crescimento nos casos de Covid-19, que retorna com força em alguns países e que se agrava no Brasil, que já vinha mantendo um número alto de casos.
Nos primeiros dias de dezembro, o Brasil bateu na casa dos 6,5 milhões de casos e 175 mil vítimas (desde março). No país inteiro os casos aumentaram e superaram em muito a capacidade de atendimento dos hospitais.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, a pandemia está numa fase de crescimento descontrolado e os números não consideram as subnotificações, já que o país é um dos que menos testa. E a tendência é de crescimento dos casos e mortes, já que no outro lado, muitos brasileiros, desistiram de tomar os cuidados como uso de máscaras e manter o distanciamento social. Entre os 22 estados com foco pandêmico está o RS.
No mundo, já são mais de 1,5 milhões de mortos e 65 milhões de infectados. É a pior crise sanitária mundial desde a gripe espanhola, em 1918.
Para piorar, sem um programa de vacinação e com autoridades politizando uma questão urgente de saúde, o Brasil deve ficar atrás na vacinação em massa, quando ela estiver disponível. O governo já admite que em 2021 não haverá vacinas para todos os brasileiros.
UM ESPELHO DO BRASIL
Na Petrobrás, o número de casos também se alastra. A situação, conforme denunciada pelos sindicatos, tem sido agravado por problemas de testagem, demora da empresa em iniciar as medidas de proteção e uma postura de minimizar a questão.
Em meados de novembro, por exemplo, um surto de Covid obrigou o desembarque de dezenas de trabalhadores da plataforma P-69, entre diretos e terceirizados. Foi necessário testagem de trabalhadores e sanitização da plataforma. Neste caso, 31 trabalhadores testaram positivo num universo de 140 trabalhadores.
Outra medida que sinaliza o avanço da doença na estatal é a decisão da própria empresa, de prorrogar o home office por mais três meses para cerca de 20 mil trabalhadores administrativos, justificando a iniciativa pelo aumento de casos de Covid-19 nas áreas operacionais, nos embarques em plataformas e refinarias.
LOCKDOW EM PLATAFORMA
A plataforma P-70 também entrou em lockdow pelo alto número de contaminados. De 8 trabalhadores que desembarcaram, 6 testaram positivo.
Não por acaso, conforme informou o presidente do SINDIPETRO-RS, a Covid-19 tem sido pauta nas reuniões da Equipe de Estrutura Organizacional de Resposta (veja matéria na página 2).
Na semana passada, o Sindipetro-NF também informou mais casos de Covid-19 em plataformas – na P-47 e na P-35.
Na primeira, 22 trabalhadores desembarcaram e cinco testaram positivo; na P-35, oito trabalhadores desembarcaram e uma pessoa testou positivo. Na P-18, teve oito casos confirmados e mais sete pessoas que estiveram em contato com esses trabalhadores.
NÃO É UMA “GRIPEZINHA”
Ao que parece, o parecer técnico da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em outubro, continua valendo. De acordo com o documento, a frequência dos casos de Covid-19 (expressa na incidência contaminados por 100 mil) entre os petroleiros é mais que o dobro da frequência registrada na população brasileira.
PREOCUPAÇÃO EM TEMPOS DE PARADA
Para o SINDIPETRO-RS, a situação que já é preocupante, fica ainda mais grave num momento de Parada, que aumenta o volume de trabalhadores na planta.
Por isso, o Sindicato tem feito reuniões com a empresa e monitorado os ambientes de trabalho, além de tratar da questão nos encontros do EOR. Para o Sindicato, a Covid-19 nunca foi uma “gripezinha”.
O Sindicato reforça a importância dos trabalhadores também fazerem a sua parte, se cuidando e relatando à entidade qualquer situação de inconformidade em relação às ações de proteção ao coronavírus dentro das unidades da refinaria.