Nov 25, 2024

Manifestações denunciam cinco anos de injustiça de crime em Mariana

 

Para marcar a data de 5 anos de injustiça na bacia do rio Doce, atingidos por barragens de Minas Gerais e do Espírito Santo organizaram protestos que denunciaram a falta de reparação para a população afetada pelo crime com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. 

Logo cedo, dezenas de atingidos pelo crime da Vale em Brumadinho prestaram solidariedade com o fechamento de estradas nas cidades de Betim e São Joaquim de Bicas, na bacia do rio Paraopeba. Eles também cobram participação popular no acordo proposto pelo Estado para a mineradora sobre o crime que já vai completar dois anos em janeiro do ano que vem. 

Durante a manhã, também houve uma ação simbólica do Movimento dos Atingidos por Barragens no distrito de Bento Rodrigues, local que ficou debaixo de lama após o crime da Samarco, Vale e BHP Billiton.

Os manifestantes colocaram faixas em alguns pontos com mensagens sobre a necessidade da construção de moradias dignas, e lembraram pedidos para que a esfera judicial não fique alinhada às empresas, mas sim atenda os interesses das pessoas que perderam suas casas, os empregos, e sofrem com desabastecimento de água limpa, problemas de saúde e aumento da violência por conta do maior crime ambiental brasileiro.

Atingidos do bairro Gesteira, em Barra Longa, que viram a realidade da região mudar drasticamente após o crime, cobraram reparação dos danos causados nas vidas das famílias em uma caminhada. A maior parte da população da localidade, assim como em outros pontos da bacia do rio Doce, nem mesmo tiveram o reconhecimento da empresa.

No final da tarde, houve um ato no centro da cidade de Ipatinga e uma apresentação cultural no centro da cidade de Mariana, em Minas Gerais, em memória das vítimas. 

No Espírito Santo, também houve luta. Centenas de manifestantes estiveram na praia, em Regência, para lembrar o crime e pedir por justiça. O litoral capixaba foi extremamente atingido e, até hoje, pescadores, agricultores e toda a população da região sofrem os impactos ambientais e sociais do rompimento da barragem. 

Outros estados também se engajaram na divulgação da data que marca meia década do crime, como foi o caso do Rio de Janeiro, onde houve panfletagem em diversos pontos da região central em uma ação conjunta da Frente Brasil Popular com a POCAE – Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia. 

Há exatos cinco anos, no dia 5 de novembro de 2015, por volta das 16 horas, o tempo parou em Bento Rodrigues. Após um estrondo ensurdecedor, aproximadamente 43 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos de minério foram despejados na comunidade rural pertencente ao município de Mariana (MG).

A partir desse momento, as famílias das 19 vítimas fatais e todas as outras milhares de pessoas atingidas, das mais diversas maneiras, pela lama ao longo da bacia do rio Doce passaram a conviver com um crime continuado. Todos os dias que se transcorreram após o rompimento da barragem de Fundão, as mineradoras Samarco, Vale e BHP tem negado o direito à plena reparação.

Até hoje, 342 famílias que foram desalojadas pela lama ainda não receberam suas casas nos três reassentamentos previstos nas comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana, e Gesteira, em Barra Longa. O prazo inicial para a entrega das moradias, que era março de 2019, foi estendido para fevereiro de 2021. E tudo indica que ele será novamente adiado.

Fonte: MAB e Brasil de Fato

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