Nov 25, 2024

67 anos e 212 milhões de motivos para não privatizar

 

Contam historiadores que Getúlio Vargas hesitou. Mas, depois de uma grande e organizada pressão popular, o governo decidiu criar a Petrobrás. A medida estabeleceu o monopólio da exploração e produção de petróleo  no Brasil. A iniciativa - assinada dia 3 de outubro de 1953 - desagradou  grandes empresas mundiais de petróleo um cartel conhecido como “Sete Irmãs”.

De lá até os dias de hoje, a Petrobrás cresceu e se tornou, com todos os percalços e ameaças, uma das maiores empresas do mundo, detendo alta tecnologia e um corpo técnico de alta especialização.

Naturalmente, a cobiça das grandes petroleiros não diminuiu e apesar de a maioria ser estatal em seus países, estão sobrevoando como abutres as unidades da Petrobrás aqui nas terras brasileiras.

DOIS GRUPOS

Desde àquela época, existiam dois grupos com posição demarcada em relação as reservas de petróleo brasileiro: um que defendia a abertura do setor à iniciativa privada - os “entreguistas”, e outro que desejava o monopólio estatal do petróleo - os “nacionalistas”.

RESISTÊNCIA

Neste período iniciaram os movimentos populares de resistência para defender o petróleo como uma riqueza nacional. E alguns nacionalistas, como Monteiro Lobato, chegaram a ser presos por serem contra a entrega do petróleo brasileiro às Sete Irmãs. A mobilização deu certo e um projeto neste sentido teve sua tramitação interrompida, pavimentando as condições para a criação da Petrobrás.

O PETRÓLEO É NOSSO

Apesar da frase ter sido dita por Getúlio Vargas, ela se popularizou e logo virou um lema para os trabalhadores. Hoje é slogan de praticamente todas as campanhas que têm sido necessárias em defesa da Petrobrás. Naquela época, a campanha pelo controle nacional do  petróleo veio a ser um dos movimentos de opinião pública mais vigorosos da história política brasileira. O movimento mobilizou trabalhadores, estudantes, profissionais liberais e militares progressistas.

Por estes anos, a população brasileira passava de 51 milhões e a luta era grande em defesa da Petrobrás.

HOJE TEMOS 212 MILHÕES DE MOTIVOS

Hoje somos mais de 212 milhões de brasileiros e precisamos urgentemente fortalecer esta luta. Neste momento, em que a Petrobrás completa 67 anos, ela é ainda mais necessária e não só para os trabalhadores, mas para cada brasileiro. O governo Bolsonaro não está “brincando em serviço”. E a gestão colocada por ele na Petrobrás, está agindo rapidamente na destruição da empresa. E, se na maioria dos países, são necessárias guerras para que se apropriar do petróleo, no Brasil, bastou dar um golpe e impulsionar a eleição de um governo entreguista e servil aos interesses americanos.

É verdade que nos anos 90, o país passou por uma onda de privatizações, que mudou a regulamentação em relação ao petróleo. Mas este processo foi interrompido e nos anos 2000 a Petrobrás retomou sua força no cenário mundial e se fortaleceu, levando desenvolvimento a toda a cadeia do setor petróleo.

E AÍ, VAMOS ENCARAR?

Agora, neste grave momento porque passa a empresa, temos que retomar o lema criado nos anos 50 e que ecoou com força nas manifestações em defesa do petróleo para os brasileiros. Não há empresa como a Petrobrás para alavancar o desenvolvimento e a recuperação do país no pós pandemia.

São 67 anos de luta em defesa da empresa e agora cabe a quem está na linha de frente assumir. Com a greve de fevereiro, mostramos que somos capazes. E aí, vamos encarar?

 

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