Com o objetivo de debater sobre os prejuízos que uma possível privatização da Petrobrás trará ao país, em especial ao povo gaúcho, está marcada para o dia 3 de setembro, às 19h, uma audiência pública virtual convocada pela Frente Parlamentar Nacional em Defesa da Petrobrás, Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás como Fomentadora de Desenvolvimento para o Rio Grande do Sul. A iniciativa conta com o apoio e a participação do SENGE-RS, além de apoio do Sindipetro-RS e Federação Única dos Petroleiros (FUP), e será transmitida pelas páginas do SENGE-RS e do Sindipetro no Facebook.
Durante a audiência ocorrerá o lançamento da campanha Petrobrás Fica, que tem abrangência nacional e recebe atenção especial nos estados que correm o risco de ficar sem representação da estatal em seu território, como é o caso do Rio Grande do Sul.
A Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), localizada no município de Canoas, está entre as estruturas que a atual gestão da Petrobrás aponta como prioritárias no processo de privatização. O polo engloba toda infraestrutura de recebimento e transporte de petróleo, o que envolve outros municípios beneficiados no trajeto de litoral até a refinaria.
O SENGE APOIA A CAMPANHA “PETROBRÁS FICA NO RS”
Desde 1948, quando foi lançada a campanha “O petróleo é nosso”, pela nacionalização da extração desse combustível, já se sabia a importância estratégica que essa fonte energética representava para a soberania do país.
Com o passar dos anos, o Brasil desenvolveu tecnologias de extração de petróleo tanto em terra como off-shore, e, mais recentemente, avançamos em tecnologias próprias de extração em águas profundas, com o programa pré-sal.
Através do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras – CENPES, criado em 1963, desenvolvemos tecnologias de refino e produção para produzir nas nossas refinarias gasolina, diesel, lubrificantes, gás, biocombustíveis, solventes, e nafta, para abastecer os nossos polos petroquímicos que produzem matéria-prima para a produção de plásticos, tecidos, medicamentos e fertilizantes, dentre outros produtos, país afora.
Nossa Engenharia Naval desenvolveu tecnologia própria para projetar navios petroleiros e plataformas para extração e processamento de petróleo e gás em alto mar, e nossos estaleiros tornaram-se capazes de fabricá-las, utilizando mão de obra nacional, gerando empregos, renda e desenvolvendo a indústria nacional.
Por tudo o que foi exposto, e muito mais ainda poderia ser dito sobre o significado da indústria do petróleo para a soberania do Brasil, nada justifica a venda das nossas refinarias, dos nossos terminais de estocagem e transbordo, e dos nossos dutos de transporte, para nos tornarmos importadores de todos os tipos de derivados, inclusive de combustíveis que movem a nossa produção. Para o Rio Grande do Sul, a saída da Petrobras significará um impacto gigantesco na cadeia produtiva local, nos empregos, e na arrecadação de impostos.
Portanto, no campo da racionalidade é impossível compreender qual a visão, e em nome de que interesses são tomadas tais decisões. Certamente, não na direção dos interesses maiores da população brasileira; tampouco para nos projetarmos como nação livre e independente.
Então, fica a pergunta: até quando a cidadania e os órgão de controle assistirão de forma impassível a entrega de nossos parques industriais e tecnológicos em áreas como petróleo, gás, energia elétrica e aviação, e o desmonte da nossa soberania?